quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Amor de verdade (Ou não)

Eu nunca entendia as palavras da minha mãe, quando dizia que queria o frescor da juventude, com a maturidade da idade.
Agora que alguns anos passaram, consigo perceber perfeitamente o que ela queria dizer com isso.As coisas já não me afetam como antes. É como se as pancadas da vida criassem uma couraça um pouco mais resistente.Quando um relacionamento acaba, já não abalo tanto. Choro, sofro, fico tentando encontrar explicação para o motivo daquela pessoa ter entrado em minha vida, se não era pra ficar pra sempre.
Mas chega o dia em que eu acordo, visto minha melhor roupa, vou para o trabalho cantarolando minha música favorita. E percebo dias menos cinzas. Não tenho problemas em colocar meu pijama no sábado, e me esbaldar com o sorvete favorito, e como única companhia um bom filme na TV. Vou feliz encontrar meus amigos em um barzinho, não olho à minha volta, não forço flertes, tampouco apresentações a estranhos que eu sei que nada me agregariam. Agora, com a idade e a maturidade mais aguçada, sei que a própria vida tomará seu curso e consequentemente me fará conhecer alguém especial. Talvez nesse meio tempo eu saia com algumas pessoas e que no dia seguinte perceba que não eram nada do que eu esperava. Pode até ser que em um dia de carência naquela noite chuvosa eu ligue para aquele rapaz que há tempos queria sair comigo e que todo o sexto sentido e feeling que tenho no mundo, davam na cara que não seria especial.
Os dias vão passar. Outras datas em que vou correr sozinha, pegar um cinema sozinha, ir à festas de família sozinha, andar na rua com meu ipod cantando sozinha, chegarão. Mas nada vai me tirar o sorriso do rosto, meu jeito de menina mulher, minha obstinação pelo trabalho, a paixão pela dança, pelos meus amigos, o amor pelas crianças, por chocolate ao leite, revistas de moda, sorrisos, filmes de amor, leite quente, sinceridade, ajudar quem precisa.
Eu voltarei àquele curso que larguei pela metade, farei aquele cruzeiro marítimo com minhas amigas, tirarei fotos lindas, ficarei bronzeada nos primeiros meses do ano, completarei 30 anos com uma festa em grande estilo.
Até o dia em que aquele meu amigo vai ligar pra dizer "Quero que você conheça uma pessoa", ou aquele outro dia em que entrarei sozinha numa cafeteria para um chocolate quente depois de ter tomado a maior chuva de verão, ou na fila de pão, como aquela música do Los Hermanos. Pode ser que um dia eu abra os olhos e perceba naquele ex, a pessoa com quem quero estar e que até então não estava tão claro.
Um belo dia eu conhecerei a pessoa que vai tirar meu sono, meu juízo, e minha razão. Que me fará sentir borboletas no estômago, ir ao cinema segurando minha mão, aquele que vou olhar dormir enquanto penso: "Caralho, ele é muito foda. Sou uma garota de sorte em estar com ele". E esse será o início de mais uma história de amor. Que poderá ser a última da minha vida, e a responsável por pular para outras etapas às quais eu sequer imagino chegar um dia(casamento, uma casa com um cão vira lata, um bebê abrindo os bracinhos ao me ver chegar). Ou pode ser que essa seja só mais uma história de amor. Que não vai dar em nada. Mas que não vai me fazer deixar de acreditar que um dia será de verdade e derradeiro.