sábado, 23 de janeiro de 2010

Reflexões

Ontem foi a festa de aniversário da minha irmã, em uma grande balada de SP. Um lugar que costumávamos frequentar e dançar muito. Com gente bacana, música de qualidade.
Reunimos a nossa família e amigos e fomos. E o que era pra ser uma noite bacana, virou um show de horrores. Pra começar, estava lotado. Muito. Quente. Impossível de dançar de forma tranquila. Até aí ok, a maioria das grandes baladas de SP são assim. Mas aí entrou um outro fator inconveniente: Pessoas. Um grupo de gente que provavelmente passa a semana trabalhando e bricando de ser responsável, mas que na hora da diversão resolve barbarizar. Enche a cara. Perde a razão e o bom senso mínimo. E começa a agir feito imbecil.
E assim foi. As músicas já não eram as mesmas de quando frequentávamos o lugar, e eu fiquei bem triste quando vi que "Extravasa" da Claudia Leitte fez meio mundo gritar e dançar feito louco. Ficava me perguntando o tempo inteiro o que estava fazendo ali. Naquele lugar horroroso, quente, com música detestável, gente mal educada. Pensei muito na minha irmã, e na oportunidade de estar com as pessoas do meu convívio, e que gosto. Mas não parou por aí e um cara apareceu pra deixar minha noite ainda mais desagradável. Começou a insistir da forma mais inconveniente possível que eu ficasse com ele e depois de ouvir pela milésima vez que estava ali só pra dançar falou coisas horríveis, e me chamou de "Covarde que não dá chance para as pessoas. Que enxerga só a casca delas e não deixa que elas entrem na minha vida". Finalizou dizendo que eu morrerei sozinha. Olhei pra ele e só lancei um "Se for pra ter gente como você na minha vida, prefiro sim morrer sozinha. E agora suma da minha frente ou vai ficar muito chato você tomar um tapa na cara na frente de todos os seus amigos". O babaca sumiu. Mas eu fiquei pensando sobre o episódio.

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Estou fazendo um processo de coach pesado. Muito pesado. Onde sou convidada a descer até o porão da minha vida e olhar tudo que está errado. É um processo dolorido(tem sido), mas como tudo que é difícil, sei que trará bons resultados. Evolução. E na hora que subir novamente as escadas do porão, terei certeza de ter um nível de consciência da vida mais elevado.
Então eu encontro babacas como esse da balada de ontem, e fico pensando onde é que essa porra de mundo vai parar. Quando é que as pessoas vão finalmente crescer. Quando é que vão começar a fazer o que realmente QUEREM fazer, e não aquilo que lhes é influenciado.
E chego à conclusão que o mundo está cada dia mais cheio de covardes. De pessoas que acham legal ir pra uma balada e beijar o primeiro desconhecido, pular ao som de Claudia Leitte, tomar a decisão que é a mais fácil. Andar pelo caminho largo e não tentar passar pelo estreito. Aquele difícil pra caralho, mas que vai te levar a algum lugar e te transformar em alguém.
E então eu fico feliz. Só incluo e excluo da minha vida os fatores e pessoas que eu sei que vão me agregar. E é maravilhoso e libertador ser diferente da maioria. Ter lar, família, amigos, livros, inteligência, personalidade e um poder de escolha que me faz alguém forte e dona da minha vida.

O que busco de verdade? Ser alguém que escreve sua própria biografia, e não precisa de outras pessoas escrevendo em meu lugar. No máximo ajudando, mas nunca decidindo em meu lugar. Ser alguém cheia de defeitos, mas ciente deles e do quanto somente EU posso mudar os rumos de minha história. E isso nada, nem ninguém vai me tirar. Nunca.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

19 de janeiro

Minha mãe conta que logo que completei 3 anos de idade, virei uma criança amuada. Sentava no sofá e ficava horas olhando pro horizonte, com cara de poucos amigos. Ela entendeu que podia ser o fato de ser filha única, e sentir falta de um(a) irmãozinho(a) pra brincar.

Ela não parou pra pensar que simplesmente eu poderia ser uma criança reflexiva. Ou que só estava com vontade de fazer cocô. hahahahaha.

Daí que ela ficou grávida da minha irmã. E o meu sossego acabou. Cresci com uma mini me junto, que me imitava em tudo, adorava me empurrar do colo da minha mãe, e desde pequena mostrava sinais da personalidade forte que teria no futuro.

Nossa união era bem evidente. Brincávamos muito juntas.

O tempo passou, e essa união só aumentou. Hoje, posso dizer com o peito aberto e todas as letras que ela é a minha melhor amiga. E que sorte absoluta eu tenho em ter um misto de irmã, amiga, psicóloga, consultora de moda, ouvinte, acompanhante de filmes.

Temos uma sintonia incrível, e alguns sinais e brincadeiras só nossas. Adoramos assistir novelas para imitarmos os personagens e mudarmos os rumos da trama(onde geralmente a protagonista é uma prostituta e o mocinho um vilão enrustido).

Com ela nunca falta assunto. Seja correndo juntas no parque, seja pegando um cinema, seja vendo um site de moda. Sempre temos o que conversar. Sempre rimos muito juntas.

Ela é um pouco mais fechada que eu. Eu digo que amo, abraço, beijo. Ela é uma pessoa de gestos. Se ela te ama, faz o que for preciso pra te ver feliz. E eu me sinto amada por ela. Quando fico triste, ela sempre entra em meu quarto e me tira do casulo. Ou faz um macarrão que sabe que eu gosto. Ou simplesmente me xinga e me manda levantar a cabeça.

Eu não imagino minha vida sem essa mulher. Sim, ela é uma mulher. E me deu o maior presente de todos: Meu sobrinho. O homenzinho da minha vida e a razão do meu sorriso diário.


Dona de uma personalidade forte, ela é do tipo ame-a ou deixe-a. Algumas pessoas ficam assustadas com as opiniões enfáticas que ela tem. Eu não me assusto, sempre achei que isso só demonstra a fortaleza de mulher que ela é. E o quanto não se importa com as opiniões a seu respeito.


Em um dia como hoje, só posso agradecer a Deus por tê-la aqui comigo. Minha mãe estava certa quando me viu sozinha há 27 anos atrás e resolveu trazer de presente esse anjo pra mim. Meu elo, meu pilar. Marcada na pele, assim como a tatuagem que fizemos juntas.



Te amo sista. Estarei sempre aqui pra você. E com você.
Ever thine. Ever mine. Ever ours.




terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Aproveite, o verão está aí

Agora que o verão começou, é hora de sacudir as tristezas e ir à luta. À luta e à praia. Afinal, não há quase nada que o Sol e um mergulho não curem. E a estação combina com alegria e divertimento. Abra uma janela em sua vida e vá em frente. Há quanto tempo não faz isso? Lembra daquele dia em que ficou na dúvida se ia ou não à festa, e preferiu ficar em casa só de preguiça, sobretudo por já ter ido a tantas festas e não ter acontecido nada de excepcional(quer dizer, nada que tenha compensado ter posto um sapato alto, passado um batom e um rímel e tirado o carro da garagem)?
Pois fez mal. Faça como as cigarras, como é verão, cante.
Para começar é preciso sair de casa. Se não tiver o que fazer, dê uma volta no quarteirão, vá comprar um sabonete, tome um guaraná na lanchonete, invente qualquer coisa, mas rua. Estando de bom humor, brilhante, cheirosa e charmosa, vai estar bonita, e muitas coisas podem acontecer: um trabalho interessante, um amigo novo, um convite pra tomar um sorvete, até um louco amor de verão. Nada mal, hein? Essa história de virar zen com um mundo tão interessante em volta, francamente, é um desperdício. Apresse-se: você está na melhor fase da sua vida e não me venha com papo de idade, nada de ficar pensando no passado.
Qual a melhor coisa que poderia acontecer se ficar em casa? A não ser que você esteja escrevendo uma tese, nada. E se seu problema for daqueles gravíssimos, tipo estar esperando um telefonema, também não é desculpa: tem o celular, que aliás só foi inventado para isso(por falar em celular, ele ajuda ou atrapalha os que traem? Deve ajudar, pois quem está num motel vai poder atender o telefone e dizer um monte de mentiras sem que o outro desconfie de nada; bem conveniente esse tal de celular). O Carnaval está chegando e nem pensar em se trancar no sítio dos amigos ou fazer retiro espiritual. Para isso vai ter tempo de sobra, depois que completar os 90. Isso se não tiver um espírito jovem, bem entendido.
Olhe-se no espelho e observe o que tem de melhor, para se exibir bastante. São as pernas, o decote ou os dois? No lugar de comprar dólares para o futuro, invista em você mesma, nem vai custar tão caro assim. Qualquer pedacinho de lamê e três plumas fazem a festa; o mundo é todo seu, aproveite. Aceite todos os convites, não selecione muito. No verão é assim, vale quase tudo. Avise àquele casal tão simpático, tão calmo, e com quem você gosta tanto de conversar sobre a vida, que só vai vê-los depois da Páscoa(se houvesse amizades de verão e de inverno, eles seguramente estariam no segundo grupo). SE enturme com os amigos descasados. Peça uns dias de folga, compre um protetor solar e chore muito pela ginástica que deixou de fazer por preguiça.
Tire férias de todo esse tempo que passou querendo compreender o sentido das coisas. Elas nao têm o menor sentido. Peça àquela colega de trabalho que sempre pareceu leviana e superficial para arranjar um lugar pra você sair na ala das desfrutáveis da escola de samba, e vá a todos os ensaios. Tem que saber o samba, pra cair de boca na avenida. O que quer dizer isso, exatamente? Ah, isso você é quem sabe. Ser séria é muito bom, mas tem hora. E essa hora começa só lá pra maio.

(Texto maravilhoso de Danuza Leão na Revista Claudia de Janeiro de 2010. É isso aí, bóra deixar as preocupações de lado e viver. Pq viver bem e feliz, despenteia).

Feliz ano novo!