terça-feira, 27 de dezembro de 2011

"Quando você comete uma besteira e se sente um perfeito idiota, está começando a deixar de sê-lo"

Millôr Fernandes

Li essa frase hoje e acho que ela é perfeita pra começar a contar um pouco do que 2011 significou pra mim. Comecei o ano já com a decisão de sair da empresa onde eu trabalhava, onde tinha um bom cargo e onde achava que era feliz. Em janeiro desse ano eu já tinha pedido demissão e já sabia que o começo da minha jornada seria a California. Em março foi meu aniversário, com a festa mais linda que já tive na vida. Chamei 50 amigos esperando que 20 comparecessem. Os 50 estavam lá e tomei uma super bronca do dono do estabelecimento que não esperava tanta gente. Todos foram pra me dar um abraço de boa sorte. Em abril começaria minha nova vida. Em abril embarquei. Com medo, com um monte de dúvidas. E nos quase 6 meses fora tive tempo de viver as mais lindas histórias, mas também fui o mais fundo que alguém pode ir ao porão de sua vida. Revisitei toda a minha trajetória, o que me fazia bem, o que me fazia mal. Quando cheguei nos EUA até mesmo o que queria fazer da vida era uma dúvida. E lá eu cresci. Adoeci sozinha e tive que me cuidar, comi gororobas horrorosas porque dessa vez não tinha minha mãe pra fazer o omelete de abobrinha que tanto adoro.
Fiz amigos. Muitos. Do mundo todo. Vivi uma história de amor que aos 31 anos de idade não achei que fosse possível. Uma história com altos e baixos que hoje quando paro pra olhar vejo que mais me machucou do que me fez bem. Mas que serviu como aprendizado também.
A volta para o Brasil foi terrível, em outubro. Adoeci de saudade dos EUA. Dos meus amigos. Da vida que apesar de longe dos que amo, era inacreditavelmente incrível.
Mas voltei com vontade de fazer tudo diferente. De ser diferente. Voltei mais forte. Voltei mais sábia. Voltei mais bonita. Até isso mudou em mim. Hoje me acho mais bonita do que me achava aos 21 anos. Sei o que quero, sei o que não quero. Recusei propostas de trabalho que sabia que me fariam infeliz.
E agora, desde novembro de 2011, trabalho onde eu quero, fazendo o que mais amo, num cargo bacana, com uma equipe incrível e competente, e o melhor: com menos carga de trabalho (essa foi uma definição difícil de aceitar, mas eu coloquei pra minha vida que 12 horas de trabalho serão exceção, e não regra na minha vida. Chega de uma gastrite nervosa por stress. Minha saúde, meus amigos, minha vida pessoal agora vem acima de tudo).
Cresci nesse 1 ano mais do que cresci a vida inteira. E por um único motivo: Eu parei pra pensar em mim. Onde estava errando, onde acerto e devo continuar. Percebi o que me faz feliz, joguei fora tudo que me faz infeliz. Eu finalmente tive tempo pra parar e pensar com profundidade na minha vida.
E aí você vai me lançar a pergunta: "Você está feliz?". A resposta é não. E esse foi outro aprendizado: Você nunca estará 100% feliz. Sempre um lado da sua vida estará uma merda, ou poderia ser muito melhor do que você queria. E trabalhar a resiliência, é a solução. Porque uma vida perfeita não existe. Nunca existirá. E repetindo a frase no começo do post, eu sei onde estou errando. E isso já é meio caminho andado pra em 2012 eu trabalhar todas as vertentes e ser um pouco menos idiota. E um pouco mais evoluída.

Feliz ano novo. Feliz melhor ano de suas vidas. Feliz você é do tamanho dos seus sonhos. Feliz não tenha medo de olhar pro lado mais sombrio da sua alma. Você sempre tem a aprender com isso.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Reflexão de fim de ano

Umas 2 semanas atrás reencontrei um ex namorado. Tivemos um romance lindo no passado, mas que não vingou porque ele conseguia ser mais workaholic que eu. Não sobrava tempo pra minha pessoa na vida dele, e tratei de cair fora.
Restou uma boa amizade e agora já no Brasil passamos a conversar bastante. Um dia perguntei se ele estava saindo com alguém e ele disse que sim. Fiquei felizona. Muito tempo que ele não me contava estar com alguém, postou algumas fotos com ela no Facebook inclusive. Ao ouvir sobre a nova ficante perguntei empolgada:
- E aí, tá apaixonado?
E ele me respondeu com voz distante:
- Nem perto disso.

Essa semana passei no Facebook dele pra deixar um recado sobre um filme que ele me recomendou e vi trocentos recados da garota. Corações, vídeos, canções. Ele responde tudo com um :). Isso mesmo, um smiley. Ah, ele dá curtir no que ela escreve também.

E aí que eu filosofo em tudo. E fiquei pensando que porra de relação é essa onde um lado tem tanta coisa a dizer, quando o outro só responde com um smiley meia boca. E caralho, o que tá fazendo ali? Por que não libera a garota pra encontrar alguém que a faça feliz de verdade? Por que não sai dessa merda de relacionamento que não traz qualquer emoção ao coração?

Eu sei lá, meu conceito de amor é tão diferente. Esse ano tentei fazer vingar uma nova relação. Lutei contra todo o amor que eu sentia por outra pessoa (e que eu sabia que agora não tem como dar certo). É claro que deu merda. Porque meu coração ainda é dele. Porque tenho aprendido que PRECISO respeitar isso. Não posso tentar colocar outra pessoa sentadinha numa cadeira que hoje tem outra pessoa. E decidi encerrar tudo porque não dá pra amar pela metade. Não dá pra ser feliz pela metade. Ou você gosta pra caralho e segue com essa pessoa (e ainda assim, o cotidiano é esmagador e muitas vezes estraçalha relações de pessoas que se amam muito) ou não tem porque estar ali. Perdendo meu tempo. Fazendo outra pessoa perder o tempo dele.

Então eu vejo essas pessoas em relações fracassadas de muitos anos ou de poucos meses e me pergunto se é tão dificil assim ficar sozinho(a) até que a pessoa certa apareça. O que faz seres humanos se unirem sem qualquer afinidade, e manterem-se assim numa relação de merda?

Eu quero uma relação com muito amor, cumplicidade, risadas e um idioma que seja só nosso. Eu não quero dizer que amo e receber um sorriso amarelo de volta. Eu não quero o smiley que meu amigo manda sempre que a coitada da garota escreve pra ele. E até que isso aconteça de novo, eu vou tocar minha vida. Sozinha. Com a certeza que um dia as coisas acontecerão. Sem pressa porque tenho muitas outras coisas incríveis a construir até esse dia chegar.