quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Pra declarar minha saudade

Setembro e dezembro são sempre meses difíceis. Setembro é o mês de aniversário dela. Esse ano ela faria 22 anos e eu estava em NY quando o dia chegou. Percebi mais uma vez que a dor NUNCA passa. Nunca passará. Achei que do outro lado do oceano seria um pouco menos difícil. Mas doeu do mesmo jeito, na mesma intensidade. Naquele dia eu estava sozinha e passei o dia inteiro procurando um presente imaginário pra ela nas vitrines da quinta avenida. Sabia que ela não receberia. Mas ela passou o dia nos meus pensamentos. Foi minha forma de mandar beijos pro céu e presentes de mentirinha.

Agora dezembro já está quase chegando. O fatídico dia 24 em que ela deixou de ser a malinha sem alça presente na minha vida e agora está em algum lugar bem lindo sendo malinha com outras vidas.

E eu amo. E sinto saudade. Em alguns dias, como hoje, muito mais. Daí canto mentalmente "Pra declarar minha saudade" e sigo. Porque sei que é isso que ela me aconselharia se estivesse aqui comigo.

"Tenho certeza que você
De onde ouvir
Meu soluçar em forma de uma canção
Vai se lembrar que nosso amor é tão bom
E que pra sempre vai durar..."

4 comentários:

Io disse...

=(

Patrícia disse...

Não tenho palavras para este assunto tão delicado amiga (peço permissão para te considerar e te chamar assim).
Então, te envio meu silêncio de cumplicidade, compreensão e carinho.

Luana disse...

Uma coisa que me deixou muito impressionada no seu blog foi essa historia tristíssima com a sua irma.

Eu sei que eh um assunto delicado e doloroso, mas percebo - corrija-me se estiver errada - que escrever sobre isso eh uma terapia para você.

Eh para mim também. Perdi meu pai ha quase 3 anos, vitima de câncer. Lutamos por 3 anos e ele, ex atleta que nunca havia tido nem gripe, sofreu muito. No final foi mandado para casa para morrer. Imagina? Ver seu pai, seu herói, que sempre foi forte la, deitado, sofrendo muito... Não consigo escrever isso sem chorar, mas me ajuda tanto!

Toda vez que volto ao Brasil eu levo presentes para a minha família e eu ainda procuro o dele. passo a lista de presentes na minha cabeca, dai quando finalmente a realidade bate sofro um pouco, mas resolvo ir pras lojas e ver as coisas mesmo assim.... finjo que ele ainda esta aqui e vai ficar feliz em ganhar o que eu escolhi.

Logico que eu não compro nada, mas chego ao ponto de entrar nas lojas, escolher cor, perguntar preço...

tudo para que a lembrança fique viva, não eh?

Desculpa o desabafo...

Jenna Rink disse...

Sim, Luana. Sei bem. Perdi minha irmã tem pouco mais de 3 anos mas dói do mesmo jeito. Acho que depois disso percebi que pra morte realmente não há remédio.
Passei a valorizar as pessoas que amo muito mais. Não dá pra saber como será o dia de amanhã. :(