domingo, 27 de janeiro de 2013

Contei ha alguns posts daqui, que iniciei terapia. Numa linha que nunca tinha feito antes. E com uma terapeuta que tem mestrado e é fodaça. E dá push o tempo todo pra eu enfrentar os meus medos.
Meu medo ao voltar pra terapia era que nada em mim mudasse. Que a terapeuta não fosse boa o suficiente pra provocar as mudanças que se faziam tão necessárias dentro de mim. Mas olha, alguns meses depois posso afirmar que o que ela provocou não foram mudanças. E sim um verdadeiro tsunami.

Estou passando por uma revolução interna. E isso mexe com tudo que vocês possam imaginar. Consegui me livrar de círculos viciosos dos quais achei que jamais sairia. Minha ansiedade diminuiu, alguns medos também. Parei de sofrer na véspera. Passei a ponderar as coisas. E tem sido maravilhoso descobrir um lado que eu achei que levaria tanto tempo a evoluir.
Mas existe o lado sombra dessa situação também. Aflorei tanto o meu racional, que a paciência que eu já não tinha, acabou de vez. Não consigo observar as pessoas persistindo tanto em seus erros. Não consigo mais entender quem está sofrendo com algo e nada faz a respeito. Até minha religião, sempre tão clara pra mim, está em cheque agora. O lado racional tem falado mais alto em tudo e sinto que tem interferido muito na minha vida e relações.

Acho que inicialmente e até que o equilíbrio internko se estabeleça é normal ir para o extremo. Acho que essa fase vai durar um tempo. Mas é fato que tenho me surpreendido com esse eu tão escondido esses anos todos.
E olha, para os quem coragem de varrer toda a poeira escondida no tapete da vida: recomendo MUITO uma boa terapia. Vale cada centavo do investimento.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

"Did I ever really love Big or was I addicted to the pain, the exquisite pain of wanting someone so unattainable?"

A melhor frase, da melhor série de todos os tempos. Levo pra vida.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Essa semana eu estava contando na terapia sobre uma decisão que tomei.
Ela perguntou se eu avisaria você a respeito. E eu lembrei que escrevi um daqueles emails gigantes pra enviar, justificando o injustificável. Mas dessa vez ao invés de enviar, eu deixei no draft.

Respondi que não vou avisar porra nenhuma. Foram tantos emails, e conversas, e despedidas. E eu sempre acabei abrindo a porta de novo. Acho que quando a gente vai de vez, não deixa rastro algum. Simplesmente vai.

Estou livre. E caralho, como é libertador não ligar a mínima pro que você está achando disso.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Lacanices

Comecei terapia. Quer dizer, voltei.
Fiz aos 26 anos, voltei aos 28 quando perdi minha irmã num acidente, tentei novamente aos 30, e agora aos 32 pelo visto me encontrei numa linha incrível da psicologia: a lacaniana. Uma grande amiga faz essa linha de terapia ha anos e perdeu 10 kg. Porque a ansiedade dela diminuiu de tal maneira, que o peso foi só uma das coisas que mudou. Ela é outra pessoa.

Com Lacan não tem passar a mão na cabeça, falar que errar é humano, ir aos poucos. Com Lacan é pé na porta e soco na cara. É entrar nas profundezas daquilo que você sabe que tá fazendo errado ha anos, mas esconde debaixo do tapete. É descer no porão da vida, rever todas as suas atitudes e círculos viciosos que você insiste manter.

Por enquanto saio chorando de todas as sessões. Todas. Mas assim, como é que se evolui sem sofrimento? Sinceramente acho que não dá pra ser diferente disso.
A terapeuta mais ouve do que fala, mas no que fala é direta. Hoje ela fez uma pergunta que me quebrou as pernas de tal maneira, a ponto de sair atordoada e não lembrar onde eu tinha estacionado o carro.
Porque é assim: ela pergunta, eu fico com uma cara de "Caralho, por que precisei de 32 anos pra ouvir isso?". Então ela diz que a sessão acabou, e eu fico 1 semana pensando no que foi dito, até entrar no consultório dela de novo.

Não tá fácil. E eu sei que vem coisa pior ainda. Mas é assim que eu funciono. Direta e reta.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Eu prometo...

Às vezes entro naquela fase do "Será que ele tá bem?". E aí meu dedo coça pra escrever, pra saber de você, ouvir suas histórias.
Porque foi amor. E não vai embora da noite pro dia. Vai aos poucos. Deixa marca e saudades. Deixa preocupação, e a mosquinha da curiosidade e da vontade de reviver aquelas coisas tão boas que só a gente tinha.
Mas aí lembro da noite que terminamos. Em que passei a madrugada no banheiro vomitando e chorando, fruto da gastrite que atacou quando eu percebi que mais uma vez precisava fechar a porta pra nós.
No dia seguinte eu não fui trabalhar. Não consegui dizer pra minha chefe o motivo de ter passado tão mal. Não consegui contar pra ela que o diagnóstico era um coração partido.

No hospital, enquanto tomava soro pra curar a gastrite, e desejando mais que nunca um remédio que curasse também a dor da minha alma, eu prometi que nunca mais vomitaria e choraria por você de novo. Eu não podia mais permitir um flagelo tão grande por alguém. Ali a promessa foi cumprida. Eu nunca mais caí na tentação de abrir a porta pra gente de novo. O meu dedo coça pra escrever pra você, e eu me lembro daquela tarde no hospital e da promessa de não matar meu estômago aos poucos por você. Então minha lucidez inevitavelmente aparece.

E eu nunca mais chorei. Até hoje, enquanto escrevia esse post.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Contradições

Hoje eu soube de uma fofoca absurda de uma pessoa que nós dois conhecemos. Minha vontade foi te chamar na hora pra contar. Porque era assim que as coisas eram. A gente passava o dia fofocando, falando das pessoas, confabulando teorias e impressões. Naquela cumplicidade absurda que só nós dois tinhamos, e que me fazia te dizer coisas que eu não repetia nem pra mim mesma.

Mas no mesmo dia eu descobri que uma história que você levou 2 anos pra me contar, um conhecido seu com o qual você mantinha a amizade mais superficial do mundo, já sabia.

Amar você sempre foi essa eterna contradição. Uma hora eu parecia ter acesso a um mundo que era só meu e seu.
Mas a decepção de perceber que eu não era tão cúmplice assim, vinha minutos depois.

Que merda. Me pergunto todos os dias por que você fez questão de estragar tudo desse jeito.

domingo, 5 de agosto de 2012

Penso demais e vivo de menos.

Acho que essa é a definição mais precisa do tipo de pessoa que sou.
Talvez no dia que eu resolver fazer tudo sem raciocinar muito, as coisas sejam bem menos pesadas do que hoje são.