terça-feira, 27 de dezembro de 2011

"Quando você comete uma besteira e se sente um perfeito idiota, está começando a deixar de sê-lo"

Millôr Fernandes

Li essa frase hoje e acho que ela é perfeita pra começar a contar um pouco do que 2011 significou pra mim. Comecei o ano já com a decisão de sair da empresa onde eu trabalhava, onde tinha um bom cargo e onde achava que era feliz. Em janeiro desse ano eu já tinha pedido demissão e já sabia que o começo da minha jornada seria a California. Em março foi meu aniversário, com a festa mais linda que já tive na vida. Chamei 50 amigos esperando que 20 comparecessem. Os 50 estavam lá e tomei uma super bronca do dono do estabelecimento que não esperava tanta gente. Todos foram pra me dar um abraço de boa sorte. Em abril começaria minha nova vida. Em abril embarquei. Com medo, com um monte de dúvidas. E nos quase 6 meses fora tive tempo de viver as mais lindas histórias, mas também fui o mais fundo que alguém pode ir ao porão de sua vida. Revisitei toda a minha trajetória, o que me fazia bem, o que me fazia mal. Quando cheguei nos EUA até mesmo o que queria fazer da vida era uma dúvida. E lá eu cresci. Adoeci sozinha e tive que me cuidar, comi gororobas horrorosas porque dessa vez não tinha minha mãe pra fazer o omelete de abobrinha que tanto adoro.
Fiz amigos. Muitos. Do mundo todo. Vivi uma história de amor que aos 31 anos de idade não achei que fosse possível. Uma história com altos e baixos que hoje quando paro pra olhar vejo que mais me machucou do que me fez bem. Mas que serviu como aprendizado também.
A volta para o Brasil foi terrível, em outubro. Adoeci de saudade dos EUA. Dos meus amigos. Da vida que apesar de longe dos que amo, era inacreditavelmente incrível.
Mas voltei com vontade de fazer tudo diferente. De ser diferente. Voltei mais forte. Voltei mais sábia. Voltei mais bonita. Até isso mudou em mim. Hoje me acho mais bonita do que me achava aos 21 anos. Sei o que quero, sei o que não quero. Recusei propostas de trabalho que sabia que me fariam infeliz.
E agora, desde novembro de 2011, trabalho onde eu quero, fazendo o que mais amo, num cargo bacana, com uma equipe incrível e competente, e o melhor: com menos carga de trabalho (essa foi uma definição difícil de aceitar, mas eu coloquei pra minha vida que 12 horas de trabalho serão exceção, e não regra na minha vida. Chega de uma gastrite nervosa por stress. Minha saúde, meus amigos, minha vida pessoal agora vem acima de tudo).
Cresci nesse 1 ano mais do que cresci a vida inteira. E por um único motivo: Eu parei pra pensar em mim. Onde estava errando, onde acerto e devo continuar. Percebi o que me faz feliz, joguei fora tudo que me faz infeliz. Eu finalmente tive tempo pra parar e pensar com profundidade na minha vida.
E aí você vai me lançar a pergunta: "Você está feliz?". A resposta é não. E esse foi outro aprendizado: Você nunca estará 100% feliz. Sempre um lado da sua vida estará uma merda, ou poderia ser muito melhor do que você queria. E trabalhar a resiliência, é a solução. Porque uma vida perfeita não existe. Nunca existirá. E repetindo a frase no começo do post, eu sei onde estou errando. E isso já é meio caminho andado pra em 2012 eu trabalhar todas as vertentes e ser um pouco menos idiota. E um pouco mais evoluída.

Feliz ano novo. Feliz melhor ano de suas vidas. Feliz você é do tamanho dos seus sonhos. Feliz não tenha medo de olhar pro lado mais sombrio da sua alma. Você sempre tem a aprender com isso.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Reflexão de fim de ano

Umas 2 semanas atrás reencontrei um ex namorado. Tivemos um romance lindo no passado, mas que não vingou porque ele conseguia ser mais workaholic que eu. Não sobrava tempo pra minha pessoa na vida dele, e tratei de cair fora.
Restou uma boa amizade e agora já no Brasil passamos a conversar bastante. Um dia perguntei se ele estava saindo com alguém e ele disse que sim. Fiquei felizona. Muito tempo que ele não me contava estar com alguém, postou algumas fotos com ela no Facebook inclusive. Ao ouvir sobre a nova ficante perguntei empolgada:
- E aí, tá apaixonado?
E ele me respondeu com voz distante:
- Nem perto disso.

Essa semana passei no Facebook dele pra deixar um recado sobre um filme que ele me recomendou e vi trocentos recados da garota. Corações, vídeos, canções. Ele responde tudo com um :). Isso mesmo, um smiley. Ah, ele dá curtir no que ela escreve também.

E aí que eu filosofo em tudo. E fiquei pensando que porra de relação é essa onde um lado tem tanta coisa a dizer, quando o outro só responde com um smiley meia boca. E caralho, o que tá fazendo ali? Por que não libera a garota pra encontrar alguém que a faça feliz de verdade? Por que não sai dessa merda de relacionamento que não traz qualquer emoção ao coração?

Eu sei lá, meu conceito de amor é tão diferente. Esse ano tentei fazer vingar uma nova relação. Lutei contra todo o amor que eu sentia por outra pessoa (e que eu sabia que agora não tem como dar certo). É claro que deu merda. Porque meu coração ainda é dele. Porque tenho aprendido que PRECISO respeitar isso. Não posso tentar colocar outra pessoa sentadinha numa cadeira que hoje tem outra pessoa. E decidi encerrar tudo porque não dá pra amar pela metade. Não dá pra ser feliz pela metade. Ou você gosta pra caralho e segue com essa pessoa (e ainda assim, o cotidiano é esmagador e muitas vezes estraçalha relações de pessoas que se amam muito) ou não tem porque estar ali. Perdendo meu tempo. Fazendo outra pessoa perder o tempo dele.

Então eu vejo essas pessoas em relações fracassadas de muitos anos ou de poucos meses e me pergunto se é tão dificil assim ficar sozinho(a) até que a pessoa certa apareça. O que faz seres humanos se unirem sem qualquer afinidade, e manterem-se assim numa relação de merda?

Eu quero uma relação com muito amor, cumplicidade, risadas e um idioma que seja só nosso. Eu não quero dizer que amo e receber um sorriso amarelo de volta. Eu não quero o smiley que meu amigo manda sempre que a coitada da garota escreve pra ele. E até que isso aconteça de novo, eu vou tocar minha vida. Sozinha. Com a certeza que um dia as coisas acontecerão. Sem pressa porque tenho muitas outras coisas incríveis a construir até esse dia chegar.

sábado, 26 de novembro de 2011

Adeus você

Adeus você
Eu hoje vou pro lado de lá
Eu tô levando tudo de mim
Que é pra não ter razão pra chorar
Vê se te alimenta
E não pensa que eu fui por não te amar

Cuida do teu
Pra que ninguém te jogue no chão
Procure dividir-se em alguém
Procure-me em qualquer confusão
Levanta e te sustenta
E não pensa que eu fui por não te amar

Quero ver você maior, meu bem
Pra que minha vida siga adiante

Adeus você
Não venha mais me negacear
Teu choro não me faz desistir
Teu riso não me faz reclinar
Acalma essa tormenta
E se agüenta, que eu vou pro meu lugar

É bom...
Às vezes se perder
Sem ter porque
Sem ter razão
É um dom...
Saber envaidecer
Por si
Saber mudar de tom

Quero não saber de cor, também
Pra que minha vida siga adiante.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Pra declarar minha saudade

Setembro e dezembro são sempre meses difíceis. Setembro é o mês de aniversário dela. Esse ano ela faria 22 anos e eu estava em NY quando o dia chegou. Percebi mais uma vez que a dor NUNCA passa. Nunca passará. Achei que do outro lado do oceano seria um pouco menos difícil. Mas doeu do mesmo jeito, na mesma intensidade. Naquele dia eu estava sozinha e passei o dia inteiro procurando um presente imaginário pra ela nas vitrines da quinta avenida. Sabia que ela não receberia. Mas ela passou o dia nos meus pensamentos. Foi minha forma de mandar beijos pro céu e presentes de mentirinha.

Agora dezembro já está quase chegando. O fatídico dia 24 em que ela deixou de ser a malinha sem alça presente na minha vida e agora está em algum lugar bem lindo sendo malinha com outras vidas.

E eu amo. E sinto saudade. Em alguns dias, como hoje, muito mais. Daí canto mentalmente "Pra declarar minha saudade" e sigo. Porque sei que é isso que ela me aconselharia se estivesse aqui comigo.

"Tenho certeza que você
De onde ouvir
Meu soluçar em forma de uma canção
Vai se lembrar que nosso amor é tão bom
E que pra sempre vai durar..."

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Is this love?

Era uma vez uma garota. Diferente de um jeito só dela. Cheia de opinião e atitude.
Cresceu num lar desfeito. Com pais separados mas que nunca deixaram de ter uma ótima relação, mesmo não mais juntos. Mas já criança ela fez uma promessa a si mesma: A de que no dia que ela se casasse, seria pra sempre. Porque mesmo num divórcio saudável, ela cresceu sabendo o quanto é sempre horrível acordar de manhã e nunca ter pai e mãe sob o mesmo teto. Então ela jurou que jamais aceitaria se casar se estivesse com dúvida. Ela não é mulher de dúvida. E não quer que seus filhos passem pelo que ela passou, numa criação dividida entre pai e mãe. A técnica dela é bem simples: Quando ela namora alguém, depois de um tempo projeta si mesma 20 anos à frente, chegando a um apartamento, ou casa. Um lar. É essa pessoa que ela quer encontrar lá, esperando-a pra contar do dia, fazer um jantar descontraído e dormir abraçada? Se a resposta for sim, é com ele que ela vai se casar. Se for não, e por medo de terminar num status como o de seus pais, é melhor finalizar tudo ali mesmo.

E os anos passaram. E essa garota recebeu o singelo apelido de "noiva em fuga" dado por amigos que acompanharam ela namorar pessoas, fazer essa pergunta pra si mesma, ter não como resposta interior e dessa maneira seguir sozinha.
Mas um dia, a garota que quer um casamento que dure pra sempre, encontrou seu par. Um par muito diferente dela. O mais diferente de todos. E por ela ser também diferente, faíscas aconteceram no ato. E por ele ela se apaixonou. E logo depois descobriu o amor. O melhor de tudo? Uma recíproca totalmente verdadeira.
Chegou o dia em que ela faria a reflexão se era ele que ela queria encontrar daqui 20 anos num apartamento, esperando-a pra jantar? Não. Porque era tanto amor, tanta identificação, tanto sincronismo e tanta conexão, que ela nunca precisou se perguntar. Ela sabia que era ele. Porque como ele mesmo dizia: "tinha que ser assim".
Mas como toda história tem seus atropelos, um grande impecilho os impede de ficar juntos. Ela pode abrir mão de coisas importantes da sua vida pra viver esse amor. Ele pode abrir mão de coisas importantes de sua vida pra viver esse amor. Ao invés disso, ambos ficam ali, inertes.
Porque ela tem medo de não ser feliz se abrir mão. Porque ele tem medo de não ser feliz se abrir mão. Mas ambos sabem também que serão totalmente infelizes se não estiverem juntos. É uma matemática complicada, porque quando envolve coração torna tudo mais difícil.

Ambos seguem inertes. Sabem que um dia algo terá que acontecer. Ou ela abre mão em nome do amor que sente por ele, ou ele abre mão em nome do amor que sente por ela. Mas a grande, grande dúvida que hoje paira na cabeça da nossa mocinha é: "Se nenhum dos dois abre mão do que é preciso pra assim ficarem juntos, se ambos continuam inertes, será que é amor?". Na percepção dela amor é algo que te preenche de tal maneira, que se a outra pessoa não estiver contigo, sua vida é o inferno. Então por que ambos seguem no inferno ao invés de tomarem a decisão pelo paraíso juntos e de mãos dadas?

E essas respostas não virão tão cedo. Mas ela sabe que com ou sem final feliz, ela tem que fazer a sua vida continuar. De noiva. Ou em fuga.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Vingancinha

(O texto é grande, mas hoje tô inspirada, é pra compensar os meses sem escrever)

Sempre busquei evolução. É uma premissa forte em mim. Acho que mesmo antes de religião ou qualquer coisa. Desde pequena sempre procurei pensar diferente. Perdoar ofensas, sempre fui tida como a apaziguadora de brigas e desafetos.
Mas eu sou humana. Com muitos defeitos. E vez ou outra um gostinho de algum sentimento que eu deveria trabalhar e evoluir, aparece. Depois dessa viagem não foi diferente.
O gosto a que me refiro dessa vez foi de vingança. E explico o motivo: Eu não acredito em falta de oportunidade no mercado de trabalho. Acredito em falta de pessoas preparadas. Em gente que não inova muito e vai na crista da onda, faz as mesmas coisas, não se reinventa, não pensa. As tradicionais pessoas que vão para o trabalho e passam o tempo todo olhando o relógio esperando o final do expediente. Quem gosta do que faz não tem isso. Pra essas pessoas, com paixão nos olhos, o dia passa rápido. Voando. Elas ficam chateadas na segunda feira porque o final de semana serviu pra descansar, mas não porque terão que voltar ao trabalho. Worklover que sempre fui, na verdade tinha que trabalhar meu ritmo, porque geralmente eu não sabia direito o que fazer no final de semana. Eu amava tanto o que fazia que queria logo voltar ao trabalho pra dar andamento aos muitos projetos que tocava.
Então não acredito quando alguém vem me dizer "Ah eu estou desempregado há séculos porque o mercado não está aquecido". Meu amigo, sinto informar mas seu curriculum é que não é bom o suficiente. Você só fez o que a maioria faz. Quem é picado pelo bichinho da inquietude conduz as coisas de tal maneira, que torna seu curriculum diferente de todos os outros.

E foi com essa certeza que deixei o país. E fui atrás do meu sonho, estudar quase 6 meses fora. Porque eu sabia que na hora que voltasse, não ficaria no mercado por muito tempo. Era um risco, mas eu precisava assumi-lo. E sabia que só conseguiria ir em paz e estudar todo esse tempo fora, voltando pra SP com meu dinheiro quase zerado, se confiasse no meu taco. Ou a preocupação da volta não me deixaria curtir a viagem.
E ouvi merda. Meus Deus, como ouvi merda. De gente que não confiava em si próprio e por esse motivo achava que comigo o mesmo aconteceria. "Você está largando um super emprego em uma super empresa, sem garantia de nada na volta. Você é louca" foi uma das muitas frases que tive que ouvir.
Mas com o passar do tempo, percebi que essas pessoas que tanto me criticavam e agouravam o que eu trilhava pra mim, eram empacadas em suas próprias decisões. Sabe aquela gente que não faz porque não tem coragem e por isso critica quem vai lá e faz? Porque vendo essa pessoa fazer, percebe o quanto tá sendo estúpido em não tentar o mesmo? Eu percebi isso. Eu estava tocando o dedo na ferida do comodismo alheio, sem ter a menor intenção disso.

Quando voltei ao Brasil tive medo? Claro que sim. Eu tinha uma reserva na minha conta e sabia que acabado o dinheiro, já era. Eu não teria com quem contar, como voltar atrás. Eu estaria ferrada. Mas foi a opção que fiz pra mim e querendo ou não, voltar falando muito bem o inglês era mais um ponto positivo pro meu curriculum. Já no meu segundo dia no país fiz entrevistas. E vejam só a coincidência da vida: No exato dia que completarei 1 mês no Brasil, 3 de novembro, começo em uma multinacional. Num cargo bacana. Fazendo o que mais gosto de fazer.

Então hoje eu vou usar o meu lado não evoluído pra dar um recado aos que não acreditaram em mim e o tempo todo disseram que o que eu estava fazendo era loucura: Fuck off. Vocês não conseguiram me fazer parar. Eu sabia do que era capaz. Eu segui. E consegui.

Aos que pensam fazer o mesmo: Leiam esse post toda vez que o medo bater. E sigam em frente porque quem fica parado na vida é árvore. Se é teu sonho e se você sabe do que é capaz, vá. Não ouça conselho de quem tem medinho de viver.

E agora, sinto um gostinho azedinho de vingança na boca. Mas daqueles gostosos de provar.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Here I go again on my own

Well, I'm back.
Quase 6 meses viajando. Uma infinidade de histórias. Passeios por lugares incríveis. Aprendizado. Melhoria absurda do idioma. Milhares de fotos. Muitos amigos. Lágrimas nas despedidas. Preocupação com minha volta ao Brasil e o que me esperaria ao chegar.

Na época da viagem, pensei muito se deveria manter um diarinho aqui, até pra relembrar os momentos conforme o tempo passasse. Mas eu não tinha muito tempo disponível, passava meio período estudando e o restante do tempo explorando as cidades que morei / visitei. Em alguns dias eu saía de casa às 8 da manhã e voltava pouco mais de meia noite. Passava o dia pernando, fazendo descobertas, conhecendo culturas.
Nem tudo foi rosas também. A barreira inicial do idioma (lembro que na primeira semana eu morria de medo até de ir a uma lanchonete comprar algo porque temia errar o pedido, dizer algo com pronúncia errada. Com o tempo fui perdendo o medo e já no final da viagem eu falava ao telefone horas com os amigos e até discussão de relacionamento eu tive em inglês hahahaha). Senti saudade. Muita. Procurava não ligar muito pra minha família e amigos porque quase sempre ficava mal. Por mais que você saiba que vai voltar, é difícil a distância. Ainda mais sozinha num país onde tudo é novo. Minha irmã passou por uma cirurgia complexíssima quando eu estava morando em New York e foi pavoroso. Quem acompanha o blog sabe que perder alguém da minha família é um trauma absoluto desde 2008, então passei por dias de muita tensão até constatar que ela estava bem e a recuperação ocorreria de forma tranquila no Brasil.

Tenho histórias engraçadas, emocionantes. Acho que posso citar vários momentos, mas alguns marcaram de tal maneira que acredito que ao fechar os olhos e recordar, vou sentir o mesmo que senti ali, enquanto tudo acontecia: A viagem que fiz pro Grand Canyon onde peguei um helicóptero e ali no meio de uma das paisagens mais lindas do mundo pensei no quanto a vida está aqui pra ser arriscada. No quanto é incrível poder chutar o balde às vezes, sem ter muito rumo. Eu, que sempre planejei tudo, de repente me vi no meio de um monte de indefinições. E God, como eu estava feliz em pela primeira vez na vida não saber o que fazer! Estava ali pra estudar, pra aprender, pra evoluir, pra crescer como pessoa. E tenho certeza que voltei com essa missão mais que cumprida.
Outro momento que me emocionou muito foi a chegada a New York. No dia em que me vi na Broadway. Outdoors gigantescos dos musicais que assisti até decorar as falas no Brasil, estavam ali. Me convidando a entrar e assistir. O dia que assisti The lion king será um dia pra guardar pra sempre no coração.

Agora de volta e com mil planos em mente, depois de uma temporada de autoreflexão e muito aprendizado, posso dizer que já sei o que quero. Voltei a ser a garota planejada de antes. Tenho meu target. É nele que vou focar. E se puder dar um conselho a qualquer pessoa, será: Chute o balde. Uma vez na vida. Mude o rumo de tudo. Vá para o oposto daquilo que você um dia pensou fazer. A sensação de liberdade, e a gestão da mudança na sua vida, vai te fazer outra pessoa.

E outra Jenna Rink passa a escrever nesse blog à partir de hoje. Com suas neuras, dúvidas e inquietações constantes. Mas feliz e muito mais ciente do seu lugar no mundo. :)

terça-feira, 16 de agosto de 2011

A Zara e minha indignação

Uma poeira nesse blog que tive que tirar aranhas pra escrever, de tanto tempo que não venho aqui.

Mas algumas vezes sinto tanta vontade de conversar sobre determinado tema, que acabo voltando.
O tema de hoje é a polêmica envolvendo a Zara. Segundo o programa "A liga" de hoje, ela contrata o trabalho de oficinas ligadas ao trabalho escravo de bolivianos.
Assisti alguns vídeos do programa no Youtube antes de tirar minhas conclusões. Mas a pauta aqui nem é o programa. E sim a reação que as pessoas tem a respeito do tema.
No Twitter, reação geral de pessoas dizendo que acham normal. Que ninguém vai deixar de comprar uma marca, porque ela está ligada ao trabalho escravo. E eu morro quando leio esse tipo de coisa. Porque essas pessoas possivelmente são as que falam sobre corrupção, sobre o quanto tudo no Brasil está errado e ninguém move uma palha a respeito.
Sou partidária da minha responsabilidade como cidadã. Se eu boicoto, acredito que posso mudar o cenário. Até porque se todos pensarem na mesma linha de raciocínio, a empresa vai ter que mudar as suas políticas de contratação de oficinas terceiras.

E não adianta vir com discurso de que a Zara não tem nada a ver com isso, porque não tem responsabilidade sobre seus terceiros. Tem, e tem muita. Ela contrata eles. Existe um termo de compromisso que deve ser cumprido. Termos comerciais. Se ela cobra tão caro por suas roupas, parte do valor deve-se à mão de obra e confecção das roupas. É sua obrigação fiscalizar isso. Trabalhei em uma empresa totalmente responsável socialmente que tinha uma Diretoria inteira para cuidar de relações com terceiros. E que olhava de perto. E finalizava contratos com empresas que não faziam parte de suas práticas, missão e valores.

É assim que tem que ser. Boicote a quem compactua com trabalho escravo. Gente, esse assunto é MUITO sério. Muito. Como alguém pode dormir à noite, sabendo que comprou em um lugar onde o trabalho escravo faz parte da cadeia produtiva?
Fiz um trabalho bastante sério de pesquisa desse tema pois trabalho com gestão humana, e era assustador. Algumas oficinas de costura contavam com cães na porta que serviam para intimidar os funcionários e não deixá-los fugir.
E se isso acontecesse com alguém próximo, da sua família? Você acharia correto o trabalho sob condições não dignas, sem alimentação adequada, banheiro, salário, com jornadas que beiram as 15 horas diárias?

Isso é inadmissivel. Eu entendo o fashionismo. Entendo as pessoas que gostam de determinada marca. Entendo a moda porque sou apaixonada por ela e por tudo que envolve estilo. Mas fechar os olhos pra isso é de uma ignorância sem limites.
E vocês podem me chamar de Pollyana. E dizer que outras marcas fazem o mesmo. Pois enquanto ninguém tem provas, eu compro. À partir do momento que descobrem algo errado, nunca mais piso lá de novo. Foi assim com Nike, com Tommy, com Lojas Marisa, com Riachuelo. Não compro mais nada dessas marcas. E me orgulho muito de ser tão honesta comigo mesma.

Acho que o mundo chegou num momento horroroso. Ou as coisas começam a evoluir, ou não sei onde vão parar. Porque sério, esse discurso do "Se ele faz eu também vou fazer, porque se eu fizer diferente nada vai mudar" é patético e sem futuro. E nada nem ninguém vai pra frente se as pessoas continuarem pensando dessa maneira.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Sabe quando percebi que estava livre outra vez? Quando me vi no meio de uma balada gay, cercada de gente que adoro, suada de tanto dançar, descalça, com uma água mineral na mão e um sorriso gigante no rosto.

Ali ficou claro: Eu voltei. Sou novamente a mulher que tanto queria voltar a ser. Feliz, cheia de sonhos e vontades, sem amarras, sem tristezas e mágoas.
É maravilhoso perceber que as coisas doem, mas tudo volta ao eixo. É só ter paciência. Manter a espinha ereta e o coração tranquilo. Daí um dia você acorda e percebe que agora é mais leve. Muito mais.

Vida, pode mandar mais dias ensolarados. Estou pronta pra eles. Da forma mais intensa possível. A eterna dançarina pollyana está de volta.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Sabedoria

Agora que o visto saiu, a viagem ficou realmente concreta. Antes disso eu sempre pensava que algo podia dar errado na entrevista no consulado, e isso não me deixava planejar efetivamente as coisas.
Fato é que as passagens estão compradas, apartamento alugado e curso fechado e pago. Embarco no final do mês e agora começou uma fase particularmente gostosa e ao mesmo tempo de aperto no peito: as despedidas. Despedidas de amigos, o abraço apertado no final dos encontros. O abraço de "estou indo, e nos vemos na volta. Ainda que eu não saiba quando ela efetivamente acontecerá".

Na semana passada foi o último dia no trabalho. Fui corajosa e pedi demissão. Mesmo com os muitos projetos, com a estabilidade, com as tantas possibilidades. Eu sou a pessoa que arrisca. Costumo dizer que essa é a única vida da qual vou me lembrar. Se eu não fizer as coisas de maneira que realmente valha a pena, não faz qualquer sentido estar nela.

E hoje foi uma pré despedida (pré porque eu ainda vou abraçar e cheirar e beijar ele muitas vezes antes da viagem) do meu único sobrinho de 7 anos. Ele é o homenzinho da minha vida. Aproveitei o fato dele não ter tido aula e o levei a um passeio comigo. Passamos a tarde juntos. Almoçamos, levei-o a um parquinho de diversões, tomamos sorvete, passamos na loja de brinquedos. E aí doeu. Doeu porque eu não suporto passar 2 dias sem vê-lo. Imaginei como serão esses meses. Como será ficar sem a voz doce dele, a cheiradinha diária no pescoço.
Ele percebeu a minha tristeza enquanto o observava brincar. E me disse:

- As pessoas não podem ficar tristes porque a outra foi embora. O amor continua sempre, não continua?

Ele falava sobre uma amiga que tinha acabado de me ligar e disse que sentiria saudades. Mal sabia que essa frase dele será o meu mantra pra viagem. E pra vida.

Quando o amor vacila

Ela se meteu em polêmica recentemente. Mas suas músicas tocam minha alma da forma mais profunda. O DVD "Dentro do mar tem rio" me faz chorar toda vez que assisto. Não importa quantas vezes. Tudo que ela canta e recita, é poesia absoluta.

Eu sei que atrás deste universo de aparências,
das diferenças todas,
a esperança é preservada.

Nas xícaras sujas de ontem
o café de cada manhã é servido.
Mas existe uma palavra que não suporto ouvir,
e dela não me conformo.

Eu acredito em tudo,
mas eu quero você agora.

Eu te amo pelas tuas faltas,
pelo teu corpo marcado,
pelas tuas cicatrizes,
pelas tuas loucuras todas, minha vida.

Eu amo as tuas mãos,
mesmo que por causa delas
eu não saiba o que fazer das minhas.

Amo teu jogo triste.

As tuas roupas sujas
é aqui em casa que eu lavo.

Eu amo a tua alegria.

Mesmo fora de si,
eu te amo pela tua essência.
Até pelo que você poderia ter sido,
se a maré das circunstâncias
não tivesse te banhado
nas águas do equívoco.

Eu te amo nas horas infernais
e na vida sem tempo, quando,
sozinha, bordo mais uma toalha
de fim de semana.

Eu te amo pelas crianças e futuras rugas.

Eu te amo pelas tuas ilusões perdidas
e pelos teus sonhos inúteis.

Amo teu sistema de vida e morte.

Eu te amo pelo que se repete
e que nunca é igual.

Eu te amo pelas tuas entradas,
saídas e bandeiras.

Eu te amo desde os teus pés
até o que te escapa.

Eu te amo de alma para alma.
E mais que as palavras,
ainda que seja através delas
que eu me defenda,
quando digo que te amo
mais que o silêncio dos momentos difíceis,
quando o próprio amor
vacila.


(Quando o amor vacila - Maria Bethânia)

domingo, 3 de abril de 2011

Just a girl

Em 2003, enquanto eu cursava a faculdade, um colega de classe disse uma coisa que mexeu muito comigo:

- Vai ser muito difícil você casar um dia. Os homens tem medo de mulheres independentes. Você vai intimidar muitos deles.

Foi a primeira de muitas outras vezes que ouviria a mesma frase. De pessoas diferentes. Nunca me importei com isso. Porque namorados incríveis vieram, e sempre tiveram muito orgulho da pessoa que sou. Então sempre achei isso uma grande bobagem.

E aí hoje estava lendo a Revista Lola de abril e uma entrevista do psicanalista Alberto Goldin me chamou muito a atenção. Ele falou sobre a desvirilização do homem diante das mulheres poderosas. E do quanto o homem ainda prefere a idéia de proteger a menina e mulherzinha frágil.

Eu não sou feminista. Aliás muitas vezes compartilho de opiniões até machistas demais para o tempo atual. Mas achei o texto tão sem noção, que precisava escrever a respeito.

Mulheres independentes são quase sempre confundidas com seres humanos sem sentimentos, racionais, mandonas e de personalidade difícil. O que a maioria não sabe é que ser independente não nos faz diferentes das outras mulheres. Temos conflitos internos, inseguranças e dúvidas existenciais. Adoramos um bom colo depois de um dia difícil (ou feliz) de trabalho. Levamos nosso carro para o conserto, pagamos as nossas contas, tomamos muitas decisões diárias. Mas valorizamos (E MUITO) a opinião daquele que amamos e escolhemos estar do nosso lado. E o melhor: Apoiamos ele em seu crescimento. Somos boas conselheiras, boas amigas. Temos a mente aberta e quase sempre utilizamos de muito menos drama no cotidiano. Mas amamos. Amamos muito. Somos dedicadas, carinhosas.

E é isso. Sou forte, uma mulher com orgulho da minha história e personalidade. E fico realmente muito decepcionada quando pessoas e matérias de revistas dizem que mulheres como eu precisam demonstrar mais fragilidade. Essa não seria eu. E o homem que me amar, vai me valorizar pela pessoa na qual me tornei.


Talvez no fim das contas as mulheres sejam a Anna Scott do filme "Um lugar chamado Notting Hill". Independentes, cheias de decisão, poderosas. Mas apenas mulheres. Em frente a um homem. Pedindo a ele que a ame. Só isso.


sábado, 2 de abril de 2011

No parque

Segui em frente. Cuidei da minha vida com o carinho e consideração que ela merece. Vivi o luto porque sei que se não deixasse ele tomar conta de mim, uma hora ele voltaria ainda mais forte. E a vida andou. E conheci uma pessoa incrível. O que reforça ainda mais a minha teoria de que na hora que você menos quer, na hora que mais está pensando em todas as outras coisas, no momento que menos espera aparece alguém que mexe com tudo.

E a 1 mês de viajar para um outro país com passagem de ida mas sem saber quando será a volta, as mesmas sensações que eu não queria mais sentir, voltaram. Só que dessa vez ao invés de deixarem meu coração quentinho, a única coisa que consigo sentir é medo. Medo de me machucar de novo. Porque o tombo foi tão feio da última vez, que eu virei a criança traumatizada com o brinquedo. Não quero subir na montanha russa outra vez. Porque sei que ela não tem cinto de segurança. Sei o quanto a subida é deliciosa e cheia da sensação de adrenalina. A expectativa de como será. Mas o que me aguarda na descida? O frio na barriga, as borboletas no estômago, o desconhecido? Só que eu não quero mais montanha russa. Eu quero carrossel. Quero calmaria. Quero não sofrer, não ter medo de perder. Quero o lugar comum. Pela primeira vez na minha vida eu não quero o avassalador. E por isso eu fico paralisada de medo. E fico onde estou. Na porta do brinquedo decidindo se entrego meu ingresso ou se vou comprar um algodão doce. Sozinha.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Águas de março

Semana do meu niver. Penúltima semana na empresa que trabalho.

Março terminando com fortes emoções.

Sábado fui ao show da Shakira. E aí que enquanto ela dançava La tortura eu tomei uma decisão. Em abril, último mês no Brasil, farei o que mais amo na vida: dançar. Vou fechar um curso com aulas particulares. Só eu e o professor.
Dançar sempre me livrou de todos os pensamentos, sempre me tornou livre. Então será esse o meu foco antes de mergulhar num momento posterior que vai mudar a minha vida.

E pra quem não viu ainda, uma palhinha do que esse furacão de mulher fez no Estádio do Morumbi sábado. É impossível não ficar hipnotizada.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Inquietações

Eu sou intensa no talo. Daquela intensidade de olhar algo e dizer "Caralho, isso é lindo. Amei, quero isso hoje pra minha vida!". Ou de odiar a ponto de não conseguir chegar perto, de não querer nem saber.
E isso gera as duas faces da moeda. Porque a intensidade te traz impulsividade. O que não te faz bem, te faz mal. Não existe meio termo. Não existe o sentar em cima do muro e ficar contemplando a paisagem pensando no que fazer.
Então eu sou a pessoa que decido. Que quero, que faço, aconteço. Não espero ninguém dizer algo, comigo não tem muito a esperar. Vai me fazer feliz? É isso que eu quero. E quero agora, sem demora.
Mas tem o lado horrível dessa intensidade. Que é não saber lidar com o sofrimento. Uma vez que decidi que algo me faz mal e que preciso seguir em frente, eu não quero que isso seja muito dolorido. Quero que passe logo, quero amanhã mesmo estar bem, quero sair de carro do trabalho, pegar a estrada linda no trajeto de volta pra casa, olhar o Sol se pondo e pensar: "Estou livre. Meu coração está livre".
E aí fica essa dorzinha maldita, martelando. Me fazendo passar o dia entretida com o trabalho, mas durante a noite repensar tudo o que houve, questionar o porque não saí disso antes. Porque dessa maneira agora eu já estaria plenamente recuperada. E pronta pra alçar novos voos.

Eu preciso ser menos intensa. Mas ao mesmo tempo sei que caso consiga ser, não estarei sendo eu mesma.
Já posso comprar a máquina do filme "Brilho eterno de uma mente sem lembranças" pra acelerar o processo?
Uma das pessoas que eu mais admiro na vida tem uma história tão interessante, que resolvi contar aqui. É tão inspiradora pra mim, que acho que pra outras pessoas também pode ter esse efeito.

Ela nasceu em família humilde, fez graduação em Adm. de Empresas porque não tinha dinheiro para pagar Veterinária, sua grande paixão de infância. Cresceu muito nas empresas que trabalhou, até alcançar a posição de executiva de Suprimentos em uma Multinacional. Era feliz, muito feliz no que fazia. Mas sua vontade de trabalhar com animais e ter sua clínica veterinária nunca saiu do foco.
Um dia, já muito estabilizada financeiramente e numa empresa que a valorizava totalmente como profissional, ela resolveu voltar para a universidade e cursar veterinária. Sabia que seria difícil, ela agora era uma executiva cheia de reuniões, apresentações e conferências fora do país. Ninguém entenderia e por isso ela manteve essa decisão em segredo. E cursou a faculdade inteira sem que ninguém soubesse. Passou por momentos difíceis quando chegou a época de fazer o Estágio supervisionado e ela não poderia abandonar o cargo de destaque na empresa que trabalhava. Conseguiu um Estágio não remunerado numa clínica veterinária 24 horas, trabalhava lá das 19h00 à 01 da manhã. Ia caindo de sono pro trabalho no dia seguinte, dormiu em cima dos livros diversas vezes estudando até muito tarde. Um dia, estagiando na clínica veterinária o seu chefe na empresa entrou com a cachorrinha dele que estava doente, para um atendimento de emergência. Na hora que a viu, assustou-se e perguntou o que ela fazia ali. Ela disse que era voluntária na clínica alguns dias da semana e tudo ficou bem.
E assim ela terminou o curso e com o dinheiro que tinha guardado de seu ótimo emprego atual na época, foi morar na África, onde tem sua própria clínica onde atende também animais carentes.
Quando olho a história dela, vem sempre o pensamento que você será sempre do tamanho do seu sonho. E pode soar piegas e auto-ajuda demais. Mas muitas pessoas deixam a mecânica do dia a dia tomar suas vidas. Esquecem qual é o seu real propósito. Aquilo que te apaixona, te brilha os olhos. Acham por bem a continuação na rotina já confortável. Não jogam pro alto, não correm atrás de seus objetivos.
Todas as vezes que me pego consumida pela rotina, lembro da minha amiga. Dos seus emails, de todas as situações, saias justas, momentos difíceis. E do quanto ela é incondicionalmente feliz hoje. E então esse medo absurdo de ter tomado a decisão errada, vai embora. E meu coração mostra que estou na direção certa.

:)
Um dia desses tomando um chopp com um amigo, conversavamos sobre filmes. Cenas de filmes. Eu não sei vocês, mas filmes e músicas mexem muito comigo. A ponto de eu repensar a vida, se a frase é dita com efeito e me toca profundamente.
E ele me contou que "Brokeback Mountain" foi o filme responsável pelo divórcio dele. Eu ri muito, é bem perigoso dizer isso com relação ao filme que tem como foco a relação entre dois gays, não é mesmo?
Mas aí ele me disse que estava ali assistindo uma cena onde num encontro entre os protagonistas um diz ao outro:
- Você viu o que faz comigo? Viu como me faz sofrer, viu como está acabando com a minha vida?
O outro respondeu:
- Eu nunca fiz nada. Você se permitiu chegar onde chegou.

E nesse dia ele resolveu pedir o divórcio. Porque percebeu que era ele o responsável por toda aquela infelicidade do momento. Mais ninguém.

sábado, 12 de março de 2011

Forget and forgive

Vejo algumas pessoas contando histórias de reviravoltas em suas vidas. Daquele momento crucial onde as coisas precisam mudar, e sabe-se que precisa ser rápido. E sempre citam o amor como principal fator motivador da mudança. Acho curioso ouvir essas histórias, porque eu funciono de forma exatamente contrária: A minha embreagem motivadora de mudança e transformação é a raiva. A fúria.
Todas as vezes que precisei seguir em frente, tomar uma decisão importante, ir ou deixar alguém ir, foi sempre motivada pela raiva. Raiva em perceber até onde me permiti chegar por alguém. Raiva por ter acreditado em todas as promessas e juras. Raiva por um dia ter deixado o pé atrás que sempre tenho de lado, e ter me permitido viver aquilo. Raiva por ter me jogado de cabeça sem pensar muito nas consequências. Raiva por ter dentro de mim um sentimento tão forte e digno de valor, quando ele nunca deveria ter acontecido.
Você vai me dizer que essas coisas não se escolhe. Sentimento é sentimento. E é aí que você se engana. Existe uma linha tênue, aquela linha lá no início quando você olha para as coisas e ainda pode ter opção entre ficar ou ir sem dor alguma independente de sua escolha. Passou dessa linha? Se fudeu, meu amigo. Agora senta, chora e se fode aí.
E é essa raiva, essa fúria em ter passado dessa linha tênue um dia, em ter acreditado, em ter investido, em não ter percebido evidências contrárias. Essa raiva de querer ouvir milhares de coisas e só receber de volta um "Não sei o que dizer, me desculpe", me motiva a seguir em frente sem voltar atrás. Porque se depois de tudo, de todas as declarações e palavras e promessas e juras você só recebe um dia um "Não sei o que dizer", então não há o que ser dito mesmo.

Aí é o mantra "Forget and forgive" dito com força e fúria pra você mesma. Canalizar essa raiva pra algo que te faça andar, seguir em frente. Move on. Cabeça erguida. Com a certeza que você esteve ali inteira cada minuto. E a vida seguirá seu curso. E um dia tudo ficará pra trás.

domingo, 6 de março de 2011

Sale el sol

Tenho motivos para estar muito feliz. E empolgada. E esperando um tanto de coisas diferentes que estão para acontecer na minha vida. Eu deveria me sentir renovada, ansiosa pra viver essas mudanças, empolgada com o novo que está por vir.
Ao invés disso só me sinto triste. Muito. Com saudade, um aperto no peito enorme, uma vontade gigante de pegar o primeiro avião, segurar você pelo colarinho e fazer de novo a pergunta "onde foi parar o amor?". E o mais difícil de tudo é que eu já sei a resposta, já conheço suas fortalezas, já sei das suas fraquezas. Já entendi que você é pé no peito e na porta para tudo que envolve sua vida, exceto sentimentos. É como se sentir algo por alguém fosse sua kriptonita. Aquela que ao invés de encarar, você precisasse manter distância.
E meus amigos brigam comigo. E falam que eu deveria estar radiante, e feliz, e esperando ansiosamente os próximos meses que mudarão a minha vida. Mas eu não enxergo muito sentido nisso, se não for pra dividir com você. E aí tomo outra bronca quando dizem que não posso fazer minha felicidade depender de outra pessoa. E eu sei que eles tem razão, mas não posso evitar pensar nisso cada vez que algo bom ou ruim acontece e minha vontade é ir correndo contar pra você.
O fato é que eu sempre fui forte, um exemplo de amor próprio. Nunca permiti que qualquer pessoa fosse maior que eu mesma. Mas você tem o dom de me fazer amar e quebrar todos os conceitos e regras que levei uma vida inteira para construir. Talvez seja você a minha kriptonita.
Falei sobre o luto há alguns dias. Sobre aprender a vivenciá-lo. Ou a lembrança da pessoa continua pra todo o sempre ali, não te deixando virar a página.
Talvez seja isso. Luto não é só pra quem se vai involuntariamente da nossa vida. É pra quem a gente percebe que tem que morrer dentro da gente também. Ou a vida não segue da maneira devida. Devo me permitir esse luto que iniciou no dia que percebi que era uma história linda, mas de alguma maneira terminou aos poucos em um email, em juras que só ficaram no papel, em promessas infundadas, num amor maior do que tudo que já tive, mas que não se concretizou. E se não tornou-se vivo, então morreu. É por isso que dói tanto. É o meu luto da forma mais intensa possível, pra que um dia as coisas voltem a fazer sentido outra vez. E eu conheça alguém que não tenha medo algum de segurar minha mão e seguir em frente.

Estas semanas sin verte
Me parecieron años
Tanto te quise besar
Que me duelen los labios

Mira que el miedo nos hizo
Cometer estupideces
Nos dejó sordos y ciegos
Tantas veces

Y un día después de la tormenta
Cuándo menos piensas sale el sol
De tanto sumar pierdes la cuenta
Porque uno y uno no siempre son dos
Cuándo menos piensas sale el sol

sábado, 5 de março de 2011

Manhattan



Você é a resposta de Deus para Jó. Acabaria com a discussão entre eles. Deus diria 'Eu faço muitas coisas terríveis, mas posso também fazer isto!' ― e aponta para você. E Jó diria 'Ok, você ganhou!'."

(Manhattan, Woody Allen, 1979)

Bom carnaval!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Se tem uma coisa que aprendi nos últimos anos, foi a vivenciar os meus lutos. Sempre tive muita dificuldade com isso, mulher forte, de família de mulheres fortes que sempre cuidaram de tudo sozinha. Cresci independente e com minha mãe enxugando as próprias lágrimas enquanto fazia o almoço de domingo, dilacerada pelo divórcio com meu pai. Mas era curioso ver o quanto ela tocou a vida, seguiu em frente e reconstruiu tudo de novo, mesmo com a ausência do meu pai.

E aí que cresci com esse modelo de fortaleza. E achava que tudo teria que ser assim. Até minha irmã mais nova morrer. E eu gritar para todos que tudo estava bem. Eu tinha que ser forte, não podia deixar a minha família afundar em tristeza. Omiti tristeza e disse ao mundo que tudo estava ok, até um dia perceber que eu evitava TUDO que me lembrava ela, e dessa forma não estava mais vivendo. Minha rotina era não vivenciar nada que trouxesse lembranças dela.

Então eu fui pra terapia. E a terapeuta resolveu fazer uma coisa aparentemente pequena mas que mexeu muito comigo. Ela perguntou se eu tinha algum objeto da minha irmã comigo. Contei que fiquei com 3 pulseiras dela pq elas tinham um significado muito forte (um dia conto a história aqui). Ela perguntou: "Acha que consegue colocar as pulseiras no pulso e andar com elas todos os dias?". Comecei a chorar na hora, disse que não conseguiria porque seria lembrar da minha irmã 24 horas por dia. Ela só respondeu que eu já lembrava, mas da pior forma. E que andar com as pulseiras me faria acostumar com a idéia de que ela não estava mais ali. De forma dura e difícil, mas necessária para aquele momento.

E aí eu coloquei as pulseiras. Chorei dias direto. Só de mexer o pulso e ouvir o barulho delas, era motivo pra me fazer chorar. Mas os dias foram melhorando a dor. Outras sessões de terapia vieram. Vivi o luto. E hoje acho que é assim que tem que ser. Você precisa viver os lutos. Seja perder alguém para a morte, seja perder alguém para a vida. Chegar no porão das coisas. Acho que só isso te faz renascer. Não te faz fraca. Só te fortalece para os momentos bons que estão por vir.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Faz 2 anos. Mas é incrível o quanto em algum momento do dia ou da noite sempre penso nela.
Alguma música. A lembrança de um momento específico, imaginar como ela reagiria a alguma situação feliz ou triste da minha vida. Antes era muito dolorido. Hoje a dor deu lugar à saudade. Mas não deixa de ser difícil e muito, muito triste.

E então em noites frias e chuvosas como essa, ouço "Pra declarar minha saudade" da Maria Rita. E faço o que prometi no dia que ela foi embora: soprar beijos e cantar essa música pra ela. Toda vez que eu ouvir. E esperar que ela sinta o amor incondicional que estará pra sempre aqui.

"tenho certeza que você de onde ouvir
meu soluçar em forma de uma canção,
vai se lembrar que nosso amor é tão bom
e que pra sempre vai durar..."

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Sábado feliz

Sábado foi dia de diversão:







E a vida é isso. Dancinhas com pessoas queridas. E a tarde foi uma delícia!

:)

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Before Sunrise


- Às vezes sonho que sou um bom pai e um bom marido. E às vezes isso parece mesmo próximo. Mas há outras vezes em que isso parece tão bobo e ingênuo. É como se fosse a decadência da minha vida. E isso não é só um medo de me comprometer, ou de concluir que sou incapaz de amar, porque sei que sou capaz. É que se eu for realmente honesto comigo mesmo acho que preferiria morrer sabendo que fui realmente bom em alguma coisa, que me destaquei em algo, do que saber que apenas tive um bom relacionamento afetivo.

- É. Já trabalhei para um senhor, e ele uma vez me disse que empenhou a vida dele toda na sua carreira e trabalho. Ele tinha 52 anos, quando de repente ficou perplexo ao descobrir que não havia dado nada de si mesmo. Sua vida não serviu para ninguém, e para nada. Ele estava quase chorando quando disse isso.

Acredito que se há algum Deus, ele não estaria em nenhum de nós. Não em você ou em mim, mas nesse espaço entre nós. Se há algum tipo de magia no mundo, ela deve estar na tentativa de entender e compartilhar algo com alguém. Sei que é praticamente impossível conseguir. Mas e daí? A resposta deve estar na tentativa.

Antes do Amanhecer
(Richard Linklater, 1995)

(Assisti pela enésima vez essa madrugada. Poucos filmes falam de amor com tamanha sensibilidade. Além dele existe também o After Sunset que é a continuação de Before Sunrise. Recomendo muito).

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Hoje me contaram sobre uma pessoa que falou mal de mim. De forma injusta e desnecessária. Pelas costas.
Na hora fiquei revoltada. Vontade de descer a mão na cara da bitch falsa. Mas depois passou. Fiquei feliz por terem me contado, pelo menos agora eu sei com quem estou lidando e deixo de ser a pessoa bacana e prestativa que sempre fui com ela. Que se foda no mundo falso e sem escrúpulos que ela mesma criou.

Em tempos passados eu teria sofrido muito mais, e revisitado nossa amizade e se eu tinha errado em algo também. Mas um livro que estou lendo (lendo não. Devorando) tem feito eu repensar esse meu jeito tão Pollyana e reflexiva. O livro (We need to talk about Kevin é o título) mostra as cartas de uma mãe ao pai do seu filho que acabou de fazer uma chacina matando 4 colegas de escola, uma professora e uma servente. E por tudo que tenho lido, pelo detalhamento da mãe entre a gravidez e o dia da chacina, fica claro que desde cedo era um prazer para o menino ver e provocar a dor alheia.

Em suma: quem é filha da puta, o é desde sempre. E dificilmente vai mudar. Então quer saber? Eu é que não vou gastar meus neurônios tentando descobrir o que motiva uma pessoa a agir de forma escrota. Só posso falar a respeito da minha índole. Porque quem não tem caráter, nunca será diferente. Vida que segue. Com a certeza que nunca precisei prejudicar ninguém pra alcançar meus objetivos.
"Aqui digo: que se teme por amor,
mas que, por amor também,
é que a coragem se faz."


Guimarães Rosa

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

De pernas pro ar

Hoje tive que ir pra uma unidade diferente do trabalho, e que está dentro da área de rodízio de carros de SP. A idéia era então chegar às 07h00, dar uma ripa no que tinha a fazer e sair às 16h00 para chegar em casa a tempo de não pegar o rodízio e tomar uma multa.

Às 16h00 desci para pegar o carro no estacionamento. E aí que demoraram. 30, 40 minutos. Até o Gerente vir me contar que PERDERAM MINHA CHAVE. Sou uma bicha estressada por natureza, então pra não mandar alguém tomar no rabo, expliquei que o rodízio eu já tinha perdido, então agora deveria esperar até as 20h00 que é o horário onde ele finaliza, para ir para casa sem risco de multa. Resolvi ir ao shopping ao lado, pegar um cineminha e dar mais algumas horas para os infelizes acharem a chave do meu carro. Afinal ir pra casa eu não poderia de qualquer maneira mesmo.

Cheguei na bilheteria e só filmes pesados em cartaz. Pensei que brava do jeito que eu estava não seria uma boa idéia. O único filme comédia que passava era o "De pernas pro ar", aquele filme nacional com a Ingrid Guimarães. Em tempos normais eu jamais pagaria para assistir, mas tá no inferno abraça o capeta, e entrei pra assistir.
O filme foi uma surpresa e tanto, acabei rindo muito com algumas cenas. A Ingrid é realmente boa fazendo comédia.

Mas sabe o que mais me chamou atenção? O casal sentado ao meu lado. Ambos gargalhavam com as cenas. Mas sabe quando um de alguma forma quer suportar o outro no riso? Eles riam e se apoiavam um no outro. E se olhavam. E gargalhavam de novo. Riso de cumplicidade. De pessoas que estão acostumadas com a diversão em dupla. Isso aconteceu em vários momentos. Observadora de pessoas que sou, achei de uma sensibilidade e poesia absoluta. Porque eu enxergo poesia onde ninguém vê. E pra mim ter alguém que te acompanhe ao cinema e apoie-se em você enquanto ri até a barriga doer, é lindo.
Quando me perguntam que tipo de homem me atrai, eu sempre respondo que os que me fazem rir. Porque os que me fizeram chorar já apareceram aos montes.

Acho que agora é tempo de uma vida mais leve. Eu só quero sorrir. E dançar como se ninguém estivesse olhando.

:)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

You said I was everything
but I am just a small part
of your everything
you want everything and me
I don't want your everything
You are my everything
but when I'm gone
I'll be the one
the smallest part
that will restrain you
from getting everything you want
and you'll have nothing


Natvan Odiney

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Cotidiano

E um dia você acorda, faz as suas coisas do dia a dia e em dado momento descobre que uma das pessoas que você mais ama no mundo pode estar doente. E é o tipo de coisa que você não quer nem pensar, quanto mais vivenciar.

E aí todas aquelas preocupações de trânsito, dia muito quente, contas a pagar, trabalho a ser feito, perdem a força. Porque são nada perto da remota possibilidade de você ver quem você mais ama sofrer.

E agora estou aqui. Torcendo para que todos os exames deem o retorno que esperamos. E novamente o trânsito, o dia quente, as contas a pagar e o trabalho a ser feito tornem-se os meus problemas mais preocupantes.

:(

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

I carry your heart with me

I carry your heart with me (I carry it in my heart)
I am never without it (anywhere I go you go,my dear; and whatever is done by only me is your doing, my darling)
I fear no fate (for you are my fate, my sweet)
I want no world (for beautiful you are my world, my true)
And it's you are whatever a moon has always meant
And whatever a sun will always sing is you

Here is the deepest secret nobody knows
(here is the root of the root and the bud of the bud and the sky of the sky of a tree called life which grows higher than the soul can hope or mind can hide)
And this is the wonder that's keeping the stars apart

I carry your heart. I carry it in my heart.

(Meu poema favorito, pra minha pessoa favorita no mundo. Happy valentine's day. I've had the time of my life with you).

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Ice dance



Acho essa uma das cenas mais lindas do cinema. Porque colocar com leveza e poesia uma história que conta a dificuldade que é ser diferente num mundo onde todos são iguais, é lindo e pra poucos. Tim Burton é gênio e esse filme sempre me emociona.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Fim de semana na praia. Biquini como única peça de roupa. Família. 35 graus. Stella Artois gelada. Amor. Risadas. Cumplicidade. Piscina. Pele vermelha. Fotos. Passeio no pôr do Sol. Ar condicionado. Revistas de moda. Soneca na rede. Churrasco. Melancia gelada. Dancinhas na beira da piscina.

Life's good. :)

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Back to black

"...We only said goodbye with words, I died a hundred times..."

Acho essa a música mais genial da Amy. Ouvindo a caminho de casa hoje pensei no quanto durante a vida morremos centenas de vezes, como ela diz na canção. Aqueles momentos em que o dia amanhece e sua vontade é de não levantar. Mas as coisas vão mudando, e a Fênix interior faz você renascer e ver um novo sentido e perspectiva.

Quantas vezes mais na vida eu vou morrer e renascer?

Dessas reflexões que de vez em quando aparecem nos meus pensamentos.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Das grandes amizades

Há alguns anos ele decidiu sair de Manaus, mudar de ares e de vida e tentar algo em São Paulo. Dei a maior força, sempre acreditei no talento dele. Sabia que ele cresceria muito se viesse para a cidade grande.
E aí ele chegou. Fui encontrá-lo no mesmo dia, passeamos por toda a cidade, andamos de metrô e ali estabelecemos o que eu chamo de amizade fiel como a de mafiosos italianos.

Nos próximos anos acompanhamos muito a vida um do outro: Eu o vi começar um novo curso na faculdade, terminá-lo, entrar em uma boa empresa, ser promovido. E o vi encontrar o verdadeiro amor. Que é claro, não era desses amores fáceis. Pessoas intensas como ele não se envolvem em modelos fáceis de relacionamento. E um dia ele me ligou pra dizer que a distância entre ele e ela não dava mais. Eles iam se casar. E novamente eu dei força porque percebi que ali havia amor de verdade. E pra mim é assim, se existe amor verdade você ultrapassa todas as barreiras do mundo e faz o amor virar realidade. Vivência. Cotidiano.

E agora eles decidiram morar em Fortaleza juntos. E meu coração doeu porque não terei mais por perto e ao alcance de um telefonema o meu amigo tão querido. Mas mais uma vez eu dou toda a força do mundo. Valorizo pessoas que saem da mesmice. Do quadrado onde sempre vivem. Que são inquietas e estão sempre revendo aquilo que pode ser melhorado.

Costumo dizer que eu só tenho essa vida. É só dela pelo menos que vou me lembrar quando tudo acabar. Se as coisas não forem minimamente felizes, o que afinal estou fazendo aqui? Sair da zona de conforto e partir para aquilo que me agrada é sempre o melhor caminho.

Amore mio, desejo à você e sua digníssima mulher que eu adoro também, tudo de melhor que possa existir. A vida nunca será um mar de rosas diário porque ninguém tem isso sempre, mas que tenha grande parte dos dias felizes. Que hoje, com a ida a uma nova cidade e num novo recomeço, inicie também uma fase única da vida de vocês. Um beijo da amiga paulista e fiel como uma mafiosa italiana, que estará aqui sempre que precisar.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Love and other drugs

"...Sometimes the things you want the most don't happen and what you least expect happens. I don't know - you meet thousands of people and none of them really touch you. And then you meet that one person and your life is changed..."


"...I've never known anyone who actually believe that I was enough until I met you. And then you made me believe it too..."


Ambas frases do filme "Love and other drugs", que assisti no final de semana. O filme é bacaninha. Mais uma dessas comédias românticas. Mas essas frases me chamaram muito a atenção.

Tô repetitiva com esses temas de amor, né? Pois é.

E já que estamos falando de cinema: Fujam de Cisne negro. Corram desse filme. Pior filme do ano, odiei muito.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

The notebook

Hoje fez um dia lindo. E dias lindos me lembram você.
São os dias em que quero sair pra vida. Quero alugar uma bicicleta pra andar no Ibirapuera, quero andar a Rua Augusta inteira tomando sorvete com havaianas no pé e sem hora pra voltar pra casa. Quero pegar um cinema à noite com direito a sessão dupla. Sair de um filme e entrar em outro.

E eu posso fazer isso sozinha. Eu posso e tenho feito. Mas nunca deixo de pensar como seria se você estivesse aqui. Tenho vontade de compartilhar contigo todas as coisas que penso, que vejo. As felizes e tristes. Os sentimentos. As vontades, as decepções. E acho isso tão louco. Mas que porra, como é possível tão pouco tempo mudar a vida e o coração da gente desse jeito?

Porque te escrevi isso uma vez. Escolhi você pra fugir comigo das feiúras do mundo.
Um dia era sonho. No outro dia virou a dura realidade. E eu sigo. Mas sempre pensando como teria sido. Porque acho que quando a gente não vive é assim. Pra todo o sempre fica a dúvida.

E no fim das contas, vou viver o roteiro da história de amor favorita do cinema. A mocinha que foi feliz depois de tudo. É claro que foi. Mas ficou sempre com a dúvida de como teria sido.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Momentos

Hoje estava pensando numa coisa que valorizo TANTO e que na loucura do dia a dia as pessoas acabam não enxergando: O poder que um momento, um pequeno momento tem na vida da gente.
Sabe aquele aspecto pequenininho, o detalhe que acontece no seu dia e que faz tudo ficar melhor?

As sextas feiras que saio cansada do trabalho ainda de dia, ligo alguma música que amo no último volume no carro e venho dirigindo na estrada a caminho de casa, olhando o pôr do Sol, com vento no rosto e nos cabelos. Me sinto TÃO inacreditavelmente feliz e grata pela vida, por tudo que me possibilitou viver aquele momento....pra muitos pode parecer bobagem. Pra mim faz a maior diferença do mundo no dia.
E por falar em sexta feira, espero ansiosa que a noite dela chegue logo. É a noite em que minha irmã sai do trabalho e vai pra minha casa. Pedimos pizza e assistimos algum programa péssimo na TV. As coisas que conversamos, o idioma só nosso, as milhares de risadas...talvez ela nem saiba disso mas é um dos momentos mais maravilhosos da minha vida. Daqueles que daqui muitos anos vou fechar os olhos e lembrar com amor no coração.

Ouvir aquela música que amo, dar um gritinho imediatamente e começar a cantar e dançar, um SMS ou email daquela pessoa que adoro no meio de uma tarde vazia, o meu gato dormindo enrolado nos dias frios com a patinha em cima da cabeça, cheiro das revistas novas que compro todo mês, meu sobrinho fazendo a mesma brincadeira de fingir que está dormindo só pra eu fazer cócegas nele todos os dias, a voz do meu pai ao telefone me chamando de amor, o sorvete diário de palito depois do almoço com as amigas do trabalho, esfoliar o corpo semanalmente com um produto cheiroso que faz a pele ficar lisinha, conversar madrugada adentro com os amigos num bar, o arroz doce da minha mãe, o cheiro diário no pescoço do meu sobrinho (melhor cheiro do mundo). Dançar sozinha, na frente do espelho, no trânsito. Correr pra casa depois de um dia quente debaixo de chuva morrendo de rir e chegando ensopada.

Esses momentos por vezes são rotineiros. Por outras vezes são mais raros. Às vezes são momentos que um dia aconteceram, e hoje ficarão só nas boas lembranças. Mas sempre mexem comigo a ponto de eu perceber que posso ter meus dias tristes, mas em algum ponto, uma fração de segundos às vezes, esses momentos vão acontecer. Vão me transformar. E vão me fazer sorrir.

(*) Texto inspirado numa crônica linda da Danuza Leão que li hoje, sobre valorizar o que de pequeno acontece todos os dias na vida da gente. Pequenos milagres que mudam tudo.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Da série: Escrevi e não enviei

Oi

Ontem eu tive a maior decepção do mundo, com uma das pessoas que mais amo na vida. E lembrei TANTO de você. Das milhares de vezes que conversamos sobre pessoas, sobre decepções e sobre o quanto é mais viável ficar sozinho quase sempre. Sobre o quanto caminhar sozinho é por muitas vezes melhor. Eu achava que era exagero seu. Que sim, é bom estar sozinho mas precisamos de um amigo ou amiga a quem segurar a mão. Cada vez mais, me convenço que você estava certo.

É tanta decepção....tanta gente olhando pro próprio umbigo, tanta falsidade, falta de solidariedade, de cuidado com seu semelhante. Sabe a porra da frase de gentileza gera gentileza? Tem perdido cada dia mais o sentido.

E eu lembrei de vc. E de alguma forma te invejei um pouquinho e o fato de vc conseguir viver bem e feliz, sozinho. E de aos 26 anos já ter percebido o que aos 30 eu me recuso a enxergar. Que sempre estarei sozinha. Que essa é a grande merda da vida, mas uma grande verdade também. Quis te escrever porque acho que você é a única pessoa que vai entender EXATAMENTE o que é olhar pros lados e pensar: É isso aí. Só posso contar comigo mesma.

Espero que vc esteja bem. Torça por mim?


------------------------------------------

Porque às vezes é assim. A gente escreve, sopra um beijo ao vento. E não envia. Porque sabe que é o melhor a ser feito.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Pagu

Você tem que ter muito culhão pra pedir demissão de um emprego foda, em uma empresa foda, onde você poderia estruturar uma carreira foda. Por muitos motivos. Que não valem a pena detalhar aqui. Mas porque você é destemida. E alguém destemida não fica na mesmice, não aceita os dias como um acorda e dorme sem sentido algum.

E aí que estou me preparando pra uma jornada única. Uma viagem que vai me trazer maturidade, evolução profissional e pessoal, e onde vou ter que lidar com situações únicas.

Pra alguns, motivo de medo. Pra mim, FELICIDADE.

Sentir o sangue correr de novo nas veias. Perceber que sou dona do meu destino, e não me obrigo a fazer o que todos acham que é o melhor e o mais seguro caminho a trilhar.

Hora de seguir em frente. Prometo compartilhar aqui os erros e acertos dessa nova jornada. :)

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

I'm just a girl

"...Eu sou apenas a garota que tenta ser amada. E sou profundamente amada por alguns meses, até o garoto segurar firme a minha mão e dizer "nós somos inseguros e queremos uma garota normal". E então eu me pergunto se não deveria lobotomizar meu cérebro pra pensar menos, lobotomizar meu coração pra sentir menos, lobotomizar meu espírito pra estar agora menos obcecada pelo seu joelho magrelo. E então eu falaria pouco, teria alguma profissão sonsa dessas que a pessoa fica em cima de apostilas na madrugada ao invés de estar abaixo das estrelas e você poderia me dar a sua mão magrela e nós andaríamos pelas ondinhas secas que fazem bordas de espelho para nossas pernas que seguem juntas..."

"...Vocês saberiam melhor o que fazer se eu fosse normal, mas algo dentro dessas covardias machistas simplórias e primatas ainda consegue distinguir como é bem legal ser admirado por uma mulher como eu. Antes de me deixar pirando em toda a sua magreza que flutua pelo mundo como uma música leve e impossível de tirar do repeat, você olha pra trás e diz: "mas deve ter alguém que não tenha medo..."

(Trechos do texto "O velho, o cachorro e a gota de suor" do site da Tati Bernardi)

1 ano sem escrever no blog. Pra voltar com um texto de outra pessoa. Mas nesse momento nada falaria por mim de maneira tão exata. Talvez eu escreva um dia sobre a dor e a delícia de ser uma mulher forte e diferente. Essa noite, me permito apenas viver a dor. E acreditar que um dia encontrarei alguém que não tenha medo de segurar minha mão e seguir adiante comigo.