domingo, 3 de abril de 2011

Just a girl

Em 2003, enquanto eu cursava a faculdade, um colega de classe disse uma coisa que mexeu muito comigo:

- Vai ser muito difícil você casar um dia. Os homens tem medo de mulheres independentes. Você vai intimidar muitos deles.

Foi a primeira de muitas outras vezes que ouviria a mesma frase. De pessoas diferentes. Nunca me importei com isso. Porque namorados incríveis vieram, e sempre tiveram muito orgulho da pessoa que sou. Então sempre achei isso uma grande bobagem.

E aí hoje estava lendo a Revista Lola de abril e uma entrevista do psicanalista Alberto Goldin me chamou muito a atenção. Ele falou sobre a desvirilização do homem diante das mulheres poderosas. E do quanto o homem ainda prefere a idéia de proteger a menina e mulherzinha frágil.

Eu não sou feminista. Aliás muitas vezes compartilho de opiniões até machistas demais para o tempo atual. Mas achei o texto tão sem noção, que precisava escrever a respeito.

Mulheres independentes são quase sempre confundidas com seres humanos sem sentimentos, racionais, mandonas e de personalidade difícil. O que a maioria não sabe é que ser independente não nos faz diferentes das outras mulheres. Temos conflitos internos, inseguranças e dúvidas existenciais. Adoramos um bom colo depois de um dia difícil (ou feliz) de trabalho. Levamos nosso carro para o conserto, pagamos as nossas contas, tomamos muitas decisões diárias. Mas valorizamos (E MUITO) a opinião daquele que amamos e escolhemos estar do nosso lado. E o melhor: Apoiamos ele em seu crescimento. Somos boas conselheiras, boas amigas. Temos a mente aberta e quase sempre utilizamos de muito menos drama no cotidiano. Mas amamos. Amamos muito. Somos dedicadas, carinhosas.

E é isso. Sou forte, uma mulher com orgulho da minha história e personalidade. E fico realmente muito decepcionada quando pessoas e matérias de revistas dizem que mulheres como eu precisam demonstrar mais fragilidade. Essa não seria eu. E o homem que me amar, vai me valorizar pela pessoa na qual me tornei.


Talvez no fim das contas as mulheres sejam a Anna Scott do filme "Um lugar chamado Notting Hill". Independentes, cheias de decisão, poderosas. Mas apenas mulheres. Em frente a um homem. Pedindo a ele que a ame. Só isso.


7 comentários:

Camila disse...

Dani, se você é a favor de igualdade de direitos entre homens e mulheres, você é feminista. O feminismo só prega a igualdade, só isso. :)

Jenna Rink disse...

Pode ser, Cami. Só não quero ser a feminista extremista, porque leio umas coisas por aí que pelamor. Acho too much. Depois me lembra de te mostrar uma matéria que uma feminista escreveu, que me fez rir dias a fio. Não vou comentar aqui pq tenho vergonha. hahahaha

Camila disse...

Ah, se for uma matéria sobre uma determinada posição sexual, aquilo era hoax. Não era verdade não. E eu entendo, eu também acho que uma mulherada por aí exagera. E eu questiono mesmo. Mas eu sou muito, muito a favor da igualdade. Então é isso, sou feminista. Assumo. E descobri isso recentemente, porque às vezes achava que feminismo é um contraponto ao machismo, e não tem nada a ver. O machismo prega a superioridade do homem. O feminismo prega a igualdade. É isso!

Jenna Rink disse...

Isso! Era esse texto da posição sexual. Fiquei de cara. hahahaha
Mas acho que você tá certa. Sou bem a favor da igualdade. "Ah, quero ver se você será a favor da igualdade na hora de dividir uma conta". Pois eu sou. Sou a favor até disso.
Então acho que você tem razão. Não tinha pensado sob essa ótica.

Anônimo disse...

Greetings,

Thanks for sharing this link - but unfortunately it seems to be not working? Does anybody here at jennarink.blogspot.com have a mirror or another source?


Cheers,
Jules

Sandman disse...

Preciso concordar contigo... Não que eu seja preguiçoso, mas isso de ficar levando nas costas mulher e filhos não é pra mim. Quero alguém pra somar em tudo e não pra dividir no que convier, e as "Mulheres poderosas" tem essa capacidade entre outras.

Pensando bem, elas são mais agradáveis em qualquer situação, mesmo que seja uma discussão. Por que apesar de o páreo é duro, sempre rende um ótimo e valioso aprendizado. Uma vez que elas não deixam barato um vacilo besta e caem matando quando tem a oportunidade. É a sagacidade que me inspira!

Mas há de se ressaltar que elas costumam ser excessivamente orgulhosas, embora isto não seja uma regra. Humildade cabe em qualquer lugar, então o que custa?

Já sobre a diminuição da masculinidade... rs

Preciso dizer alguma coisa ainda?

Se o cara se sente diminuído, ele que procure um terapeuta ou vira Amélia! Neguinho que não se garante por que a patroa trabalha tem mesmo é que abaixar a cabeça e dizer “amém”. E não ficar enchendo o saco de ninguém com ‘mimimi’ de que não é mais o chefe do lar e essas besteiras!

#prontofalei

Jenna Rink disse...

Sandman, adorei teu comment. Concordo com cada linha. Nunca concordei em me rebaixar ou às minhas vontades, por medo do que algum homem vai achar. Se ele me amar, vai orgulhar-se de mim e minha trajetória, não é mesmo?

Grande beijo,