Comecei terapia. Quer dizer, voltei.
Fiz aos 26 anos, voltei aos 28 quando perdi minha irmã num acidente, tentei novamente aos 30, e agora aos 32 pelo visto me encontrei numa linha incrível da psicologia: a lacaniana. Uma grande amiga faz essa linha de terapia ha anos e perdeu 10 kg. Porque a ansiedade dela diminuiu de tal maneira, que o peso foi só uma das coisas que mudou. Ela é outra pessoa.
Com Lacan não tem passar a mão na cabeça, falar que errar é humano, ir aos poucos. Com Lacan é pé na porta e soco na cara. É entrar nas profundezas daquilo que você sabe que tá fazendo errado ha anos, mas esconde debaixo do tapete. É descer no porão da vida, rever todas as suas atitudes e círculos viciosos que você insiste manter.
Por enquanto saio chorando de todas as sessões. Todas. Mas assim, como é que se evolui sem sofrimento? Sinceramente acho que não dá pra ser diferente disso.
A terapeuta mais ouve do que fala, mas no que fala é direta. Hoje ela fez uma pergunta que me quebrou as pernas de tal maneira, a ponto de sair atordoada e não lembrar onde eu tinha estacionado o carro.
Porque é assim: ela pergunta, eu fico com uma cara de "Caralho, por que precisei de 32 anos pra ouvir isso?". Então ela diz que a sessão acabou, e eu fico 1 semana pensando no que foi dito, até entrar no consultório dela de novo.
Não tá fácil. E eu sei que vem coisa pior ainda. Mas é assim que eu funciono. Direta e reta.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Eu prometo...
Às vezes entro naquela fase do "Será que ele tá bem?". E aí meu dedo coça pra escrever, pra saber de você, ouvir suas histórias.
Porque foi amor. E não vai embora da noite pro dia. Vai aos poucos. Deixa marca e saudades. Deixa preocupação, e a mosquinha da curiosidade e da vontade de reviver aquelas coisas tão boas que só a gente tinha.
Mas aí lembro da noite que terminamos. Em que passei a madrugada no banheiro vomitando e chorando, fruto da gastrite que atacou quando eu percebi que mais uma vez precisava fechar a porta pra nós.
No dia seguinte eu não fui trabalhar. Não consegui dizer pra minha chefe o motivo de ter passado tão mal. Não consegui contar pra ela que o diagnóstico era um coração partido.
No hospital, enquanto tomava soro pra curar a gastrite, e desejando mais que nunca um remédio que curasse também a dor da minha alma, eu prometi que nunca mais vomitaria e choraria por você de novo. Eu não podia mais permitir um flagelo tão grande por alguém. Ali a promessa foi cumprida. Eu nunca mais caí na tentação de abrir a porta pra gente de novo. O meu dedo coça pra escrever pra você, e eu me lembro daquela tarde no hospital e da promessa de não matar meu estômago aos poucos por você. Então minha lucidez inevitavelmente aparece.
E eu nunca mais chorei. Até hoje, enquanto escrevia esse post.
Porque foi amor. E não vai embora da noite pro dia. Vai aos poucos. Deixa marca e saudades. Deixa preocupação, e a mosquinha da curiosidade e da vontade de reviver aquelas coisas tão boas que só a gente tinha.
Mas aí lembro da noite que terminamos. Em que passei a madrugada no banheiro vomitando e chorando, fruto da gastrite que atacou quando eu percebi que mais uma vez precisava fechar a porta pra nós.
No dia seguinte eu não fui trabalhar. Não consegui dizer pra minha chefe o motivo de ter passado tão mal. Não consegui contar pra ela que o diagnóstico era um coração partido.
No hospital, enquanto tomava soro pra curar a gastrite, e desejando mais que nunca um remédio que curasse também a dor da minha alma, eu prometi que nunca mais vomitaria e choraria por você de novo. Eu não podia mais permitir um flagelo tão grande por alguém. Ali a promessa foi cumprida. Eu nunca mais caí na tentação de abrir a porta pra gente de novo. O meu dedo coça pra escrever pra você, e eu me lembro daquela tarde no hospital e da promessa de não matar meu estômago aos poucos por você. Então minha lucidez inevitavelmente aparece.
E eu nunca mais chorei. Até hoje, enquanto escrevia esse post.
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Contradições
Hoje eu soube de uma fofoca absurda de uma pessoa que nós dois conhecemos. Minha vontade foi te chamar na hora pra contar. Porque era assim que as coisas eram. A gente passava o dia fofocando, falando das pessoas, confabulando teorias e impressões. Naquela cumplicidade absurda que só nós dois tinhamos, e que me fazia te dizer coisas que eu não repetia nem pra mim mesma.
Mas no mesmo dia eu descobri que uma história que você levou 2 anos pra me contar, um conhecido seu com o qual você mantinha a amizade mais superficial do mundo, já sabia.
Amar você sempre foi essa eterna contradição. Uma hora eu parecia ter acesso a um mundo que era só meu e seu.
Mas a decepção de perceber que eu não era tão cúmplice assim, vinha minutos depois.
Que merda. Me pergunto todos os dias por que você fez questão de estragar tudo desse jeito.
Mas no mesmo dia eu descobri que uma história que você levou 2 anos pra me contar, um conhecido seu com o qual você mantinha a amizade mais superficial do mundo, já sabia.
Amar você sempre foi essa eterna contradição. Uma hora eu parecia ter acesso a um mundo que era só meu e seu.
Mas a decepção de perceber que eu não era tão cúmplice assim, vinha minutos depois.
Que merda. Me pergunto todos os dias por que você fez questão de estragar tudo desse jeito.
Assinar:
Postagens (Atom)