terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Também morre quem atira

Gravata fez um post sensacional sobre a violência nossa de cada dia. Tudo que eu sempre pensei mas não coloquei em pauta.
Daí que eu tava lembrando do meu pai. Ele morou em Manaus 10 anos e voltou pra SP no início do ano passado. Como se não bastasse a readaptação à cidade grande e tudo que há tantos anos ele não estava mais acostumado a ver, foi assaltado 2 vezes. 2 vezes na mesma semana. 2 vezes pelas mesmas pessoas.
Lembro do quanto ele chegou apavorado em casa. E da sensação de impotência absoluta que tivemos.
Daí que ele mudou todo o trajeto e passou a fazer uma puta volta para chegar ao trabalho. Porque a rua era perigosa demais para pessoas honestas passarem diariamente.
Eu mandei email, carta e o caralho pra tudo quanto é mídia. Mas não tive retorno, acho que são tantos cidadãos perplexos....se forem dar voz a todos...
2 semanas depois meu pai estava lendo o jornal e viu que os mesmos caras do assalto, na mesma rua, tentaram assaltar um ônibus. No momento que entraram, dois policiais a paisana estavam na espreita. Vários tiros. E uma manchete no jornal com a foto dos sujeitos mortos.
É estranho falar isso mas eu nunca fiquei tão feliz. Meu pai então não se cabia de tanta felicidade...a revolta é tamanha por você ser sujeita a tanta humilhação, que quando a justiça acontece ainda que de forma inusitada e da forma mais extrema, sua reação é de alívio.

E é tão triste que as coisas cheguem a esse ponto, não?

2 comentários:

Osimar Medeiros disse...

Eu sou da opinião que bandido bom é bandido morto.

E da forma mais carniceira possível.

Caféína disse...

E o que é pior é que lá no fundo, a gente ainda pode se sentir mal por ter um sentimento desse.
Então, minha veia cínica diz: Infelizmente, minha gente, bandido bom, é bandido morto, mas bem morto!!!